Aviso de post infinito..............................................................................................................
Primeiro o som dos filmes da telinha do avião não funcionou. Tinha um monte de filme que eu queria assistir para gastar minhas 10 hs de voô com algo inútil...mas nada. Passei as 10 hs dormindo e acordando mesmo.
Cheguei aqui e sai correndo para passar pela imigração antes que super lotasse. Foi mais fácil ainda do que a última vez. Todo mundo morre de medo dos caras mau humorados que carimbam o passaporte. Mas graças a Deus eu nunca tive nenhum problema. (Também... quer mais quadrada e organizada do que eu?) Pelo contrário, eu me divirto. Da última vez que passei na imigração o cara da alfândega viu que eu estudava na Tisch e me deu um código de desconto para um musical.
Mas desta vez, foi muito mais engraçado porque o moço fez questão de dizer que.... ele era italiano, que ele achava brasileiras lindas, que ele não gostava da Gisele porque ela é muito alta, contou que namorou uma brasileira, (lá para essa altura ele já tinha errado o que ele tava anotando na minha papelada e teve que rasgar e fazer um outro), aí ele disse que brasileiras eram nuts, perguntou se eu era explosiva, perguntou o que eu dançava, (aí eu tive q colocar meus dedos na telinha de impressão, mas ao invés de fazer todos os xerox de dedos ele se contentou com uma vez só e falou que eu não precisava porque eu era legal) se dança contemporânea era tipo dancing with the stars, perguntou se eu dançava fox trot, (meu não envergonhado não o parou), se eu sabia tango, salsa (aí eu o lembrei que no Brasil era samba), aí ele comentou que queria ver o carnaval e me perguntou se já era época de carnaval, aí ele carimbou meu passaporte. Amém.
Enquanto isso eu fazia cara de amassada-dando sorriso-simpático concordando com qualquer coisa só para acabar com o inquérito.
Fui esperar minhas malas. Naqueles tensos minutos você pensa: será que é desta vez que vão extraviar minha mala? Mas minhas malas chegaram rapidinho.
E então, olha que divertido (aviso de ironia): esperei 1h o serviço de super shuttle e fui a penúltima pessoa a ser levada ao seu destino final, chegando às 10 hs da manhã aqui no convento. (Tudo isto curtindo a fossa da solidão do último post.)
Mas Deus castiga. Ou melhor: a gente colhe o que a gente planta.
Quando coisas ruins acontecem a gente tem duas opções: reclamar e chorar OU fazer algo com o que nos é dado.
Mas o que a Caroldzilla fez?
Começou a cultivar o monstrão do mau humor...
Neste ponto da história vamos combinar que eu não era uma pessoa que vocês gostariam de conversar.
E aí vem o ponto alto do meu retorno a NY:
Meu quarto novo era no segundo andar. Um share. Em que a habitante que divide o quarto comigo (humpft) vive numa pocilga. Não tinha armários suficientes para minhas coisas. E o chão era absurdamente suspeito. Ah... e a internet é itinerante (5 min com sinal 45 sem).
Mas não é isso o pEor. O pEor era que quando cheguei a freirinha me avisou que os dois elevadores estavam quebrados.
Uhhul.
Welcome to NY. AGAIN.
Mas vocês ainda não acham que está tão ruim? (lembram que dá última vez foram cinco andares?)
Só que vocês não estão contando com as seis caixas de tralha que eu deixei no porão... E como eu não tinha força eu tive que subir levando uma ou duas de cada vez.
Tá ruim já? Não.
E quando faltava apenas a última mala (a maldita dos 32 kg), uma caixa e um edredom, uma freira passa por mim e me diz que eu deveria usar o ELEVADOR e um carrinho de carregar peso.
WTF?
(Não, mãe, por favor não vá procurar ver o que isso significa, que você vai brigar comigo.)
Quando entrei no meu quarto de convento "novo" e deparei com caixas e mudança por arrumar, malas para desfazer, um espaço que não comportava nada daquilo e muita sujeira eu estressei geral.
Skypiei o noivo e chorei as pitangas. Agora é engraçado, mas na hora eu tava tão triste que eu não via forma deu ser feliz no cafofinho novo.
E quem disse que eu tinha tempo?
Não deu para desarrumar nada. Peguei uns trapos para poder ensaiar e fui direto para a NYU colocar a vida em ordem e encarar um ensaio de 2hs.
Mas como eu senti falta de NY: Entrei no metrô, sentei e imersa nas minhas preocupações saltei do banco quando quatro mariachis entraram pela porta atrás de mim cantando la bamba (com violão, acordeon e voz) e dançando pelo vagão como se estivem ouvindo música de rave.
Quando voltei para casa (humpft) não tinha coragem de andar descalça nem de deixar nenhum dos meus pertences encostar naquela sujeira.
(Carol vai ser fresca lá na China)
E então eu tive uns momentos twitter que vou reproduzir aqui na íntegra:
Cheguei. 30 cm de neve. 2 elevadores quebrados. 1 mala de 32 kg na recepção. 6 caixas de mudança do porão ao quarto novo. Warming up.
(Mas era mentira, porque eu ainda não tinha limpado)
Minhas coisas continuam em malas. E neurótica por organização q sou não descubro como deixar isto vivível.
Uma gaveta meio a meia com coisas de banheiro e de cozinha. C/ outra gaveta em baixo de roupa? Cade o meu quarto 302? Odeio o 220 onde vim parar.
Há mais de 48 hs acordada direto. Sem comida e água. Cadê minha micro geladeira???
To tendo delírios de mau humor. Todos os pontos do meu corpo doem. Esqueci o líquido de lente no Brasil e minha lente tá colando no cérebro.
Fora o fato q eu tenho uma roommate porvir. Tarantino feelings geral.
Mas então eis que vem a inspiração. Eu pego o balde e mil produtos de limpeza e fico até 1hs da manhã faxinando:
Posso falar? Eu sou o mestre dos mares da faxina + organização.
Eu fiz um milagre e descobri que eu sou ninja da arte de limpar o chão e da arte de organizar itens de banheiro/cozinha/escrivaninha/limpeza/e roupas em dois cômodos de forma funcional, prática e bonita.
E que venha a roommate (graças a Deus ela não estava aqui e eu pude chegar chegando e colocando ordem nas coisas).
Ponto. Fim do mau humor.