Adeus e Hello.

As despedidas desta vez, foram orgias gastronômicas, uma atrás da outra.

Corri atrás de comer tudo que eu vou sentir falta...

ADEUS

Pão Francês (buá)

Queijo Branco

Pastel de queijo

Suco de Maracujá

Caldo de Cana

Água de Coco

Feijão

Comida da mamãe

Temaki Temaki Temaki (acredita que não tem Temaki em NY? absurdo)

Comida Japonesa de rodízio

HELLO

Cupcakes

Starbucks em excesso

Waffles

Bagels

Cottage Cheese

Pizza de 1 dólar

Engordativos mais

...

Eu sou a única pessoa do universo que eu conheço, que não gosta de pão de queijo.

Eu sei.

Não adianta fazer cara de horror.

Eu não gosto e ponto.

Mas sei que vou sentir tanta saudades do Brasil, que estou levando na mala massa de pão de queijo e feijão preto.

Próximo post agora, só em NY...

E agora vou que vou, aguentar a comida ruim do avião.

See you later alligator.

Rumo ao Aeroporto.

Acabou que meu vôo não foi sábado.

Vou hoje a noite.

E o furacão Irene já passou.

Planejei levar duas malas grandes - para mim e para o Nicolas - uma média para mim, e as nossas bagagens de mão.

Mas acabei fazendo três malas gigantes, bagagens de mão superlotadas, e uma outra bagagem de mão (a mala média) para enfiar o que não cabia no resto.

E com tudo isto, ainda falta levar tanta coisa...

(Toda a família, amigos e minhas cachorras)

Desta vez passei três meses aqui.

Abrasileirei de novo.

Lá vou eu para minha NY amada.

Mas deixando para trás o Brasil, meu povo, minha cultura.

Graças a Deus que o Nicolas está comigo.

E se tudo der certo (rezem pela gente) acharemos um apartamento rapidinho.

Love,

Carols

Observação:

Sinto muito por ter deixado transparecer meu completo estado de desespero em um dos posts anteriores.

Realmente... mudança nunca é fácil. E por mais que eu me policie para ser corajosa e determinada, muitas vezes eu falho.

Mas nada como um dia após o outro, como diria um velho ditado.

E ontem, quando finalmente gravei o videodança que andei planejando por praticamente todo este período de férias no Brasil, eu me senti muito motivada e disposta a enfrentar qualquer coisa.

O mundo não tem limites quando a mente está estruturada e desejosa de se melhorar.

E assim continuarei.

Logo mais chego em NY.

O furacão Irene, eu e o Nicolas estaremos pisando lá neste domingo.

Chega até a ser profético...

Tenho uma casa para passar os primeiros dias e se Deus quiser em dois ou três dias conseguiremos alugar um ap para morar.

E que assim seja.

Pérolas de beleza da Alana.

Ontem foi uma noite feliz com minhas amigas, fomos comer comida japonesa (algo absurdamente caro em NY e que, portanto, tenho que me despedir em grande estilo aqui no Brasil) e eu dei pt (perda total) no restaurante. Comi feito uma morta de fome. E depois ainda fomos numa padaria metidinha de Campinas, a Romana, e comemos doces frescos. Como diria a Lígia, uma das amigas presentes, podemos estar na pindaíba, mas pelo menos a gente se finge de Madame de vez em quando.

Mas o que valeu mesmo foram as frases-pérolas de beleza que a Alana soltou durante a nossa girls night out:

1. - "Vcs não acham que a pessoa que inventou o corretivo é tão abençoada, ganhou tantos bônus-hora, que com certeza foi direto para o céu?"

2. (Alana gritando:) " Carol!! Pode parar de passar meu batom enquanto vc dirige! Porque se vc bater o carro vai quebrar meu batom ao meio..."

Com isso cheguei às seguintes considerações de ordem moral:

1. Mulheres às vezes sofrem de sérios erros ao julgar prioridades.

2. Na dúvida sempre presenteie uma mulher com maquiagem.

=D

Pegar um avião.

Eu vou conseguir, não vou? Eu sempre consigo... eu acho.

Meu corpo dividido entre lugares, nenhum.

Sem casa.

De novo, colocando minha vida dentro de uma mala e rezando e chorando para espremer tudo lá.

E fingir que vai ser suficiente.

É nessas horas que eu me pergunto porque eu me coloquei nesta situação.

To cansada, dá medo, de novo. Parece que cada vez é mais difícil ir. Todo mundo me diz que vai ser mais fácil, mas parece tão pior.

Odeio não ter para onde ir. Onde vou chegar?

Eu quero uma casa. Por que é tão difícil? Parece que ninguém ajuda.

Dá a completa sensação de estar sozinha. Dom Quixote teimando em enfrentar o moinho.

Eu sei que eu não to sozinha, mas as vezes custa a acreditar.

Parece que cada minuto que eu enrolei agora sufoca o meu pescoço e torna esta semana final aqui no Brasil um caos.

Tenho tantos tchaus para dizer, de novo. E não vai dar tempo.

Não sei quanto tempo me resta com cada pessoa querida que estou deixando aqui.

Eu preciso acabar minha mala, decidir o que entra e o que não, e eu só consigo chorar compulsivamente.

Dói tanto.

Para o bem ou para o mal, sábado eu pego um avião.

...

Tento não ser tão pessoal, mas as vezes falar para o vazio - escrever - ajuda a organizar a mente; lavar as lágrimas e me dar impulso para continuar em frente.

Armário de Narnia - como achar figurinos para dança.

Sempre fico em um impasse quando busco figurino para dança.

Não gosto de coisas com cara de figurino-fantasia de carnaval, muito menos aquelas coisas manjadas com cara de figurino de final de ano de academia de balé.

( A menos que eu esteja dançando balé, né?)

São essas coisas que só buscam criar um efeito e unidade.

Até na minha época de professora da cia de tap eu lutava para criar algo interessante.

Para começo de conversa, eu gosto de roupas para dançar que tem cara de dia-a-dia, mas ao mesmo tempo eu tenho pavor de figurinos com cara de aula de dança contemporânea.

Então vivo queimando os miolos para descobrir opções que me agradem.

O primeiro item que levo em consideração, obviamente, é a estética que estou buscando trazer na coreografia. É algo de época, futurista, brega, animalesco,ou psicótico? Quero simplicidade, realismo, ou surrealismo?

Para o caso em questão - a coreografia solo que eu montei para a conclusão de uma disciplina de composição, e que estou adaptando em um videodança - eu venho buscando algo meio antigo, que mostre as pernas, dê movimento, é seja meio deprimente.

Uma boa forma de buscar figurinos para solos é fuçar em brechós.

Recentemente dei uma olhada em alguns, mas nada me animava.

Então hoje tive uma idéia brilhante...

Enfrentar o armário do dragão - o armário de nárnia - o armário da minha mãe.

Acho que deve ter roupas de 1837 lá.

Eu sempre reclamo que ela não joga roupas fora, mas de agora em diante eu vou começar a dar mais valor ao brechó particular que tenho na casa da minha mãe.

Foi só começar a procurar que eu achei coisas interessantes.

Agora resta saber se o pessoal da produção do vídeo vai andar na mesma direção estética que estou indo...

E se minha mãe não vai me assassinar porque eu escrevi sobre o armário do dragão publicamente.

(Ou seja, se eu sumir, vocês já sabem o que aconteceu.)

....

Enfim, quantas coisas técnicas hoje, não?

Eu estou meio business.

Até que enfim.

Acima foto da minha coreo "Ques't que la fait rire?"

O figurino foi improvisado, tirando idéias das coisas que os próprios bailarinos tinham e gostavam, mas eu fui orientando o que eu queria e me adaptei em cima do que era possível. E foi um figurino com um dos resultados finais de que mais me orgulho.

Tédio e dança.

Já que estamos em uma discussão de vídeos de dança...

(E eu estou atualmente produzindo um, correndo, antes de voltar para NY)

Eis o vídeo que a Alaninha indicou, que eu não conhecia e amei!

Óbvio que eles são sapateadores, além de artistas super criativos.

E poxa eu sempre quis fazer um vídeo de mãos.

Está na minha wishlist.

Adoro como tédio é algo hilário.

Le ptit bal perdu (1994)

Por algum motivo eu me esqueci de colocar este vídeo aqui.

Toda vez que começo a pesquisar inspirações (para coreografar, para fazer vídeo-dança, ou até mesmo para achar música) eu retorno à este vídeo Francês.

Muitas vezes vejo pessoas criticando danças com movimentos que correspondem de forma muito literal à música.

Mas nesse caso não só funciona, como é também o diferencial deste trabalho.

Não me canso de assistir.

E adoro o toque de surrealismo.

Vacas. Garrafas de leite.

Laranjas que caem do céu.

Expressões problemáticas.

Sim...
Eu estou viva.
Acho que nunca fiquei tanto tempo sem escrever.
Perdi todos meus raros fantasminhas que ainda acessavam este blog, enquanto ele está chato.
(O blog só fica mais legal quando eu moro em NY... eu sei).
Mas estou aqui.
Voltando ao trabalho.

Saiu o visto do meu marido (IUPI!!!)

E compramos passagens (só de ida).

Em 12 dias estaremos em NY e não sei aonde vou ficar quando chegar, e muito menos onde vou morar.

A vida em suspenso mais uma vez.

Mas tudo anda.

E todos os sonhos estão sendo alcançados.

Um a um.

Sobre a velhice

Andei pensando sobre a velhice

Como ela é dura

O corpo não responde mais ao pensamento

As idéias não conseguem ser expressadas com clareza

Os filhos e netos falam muito rápido

"Será que eles não conseguem acompanhar?"

O tempo passa de uma forma diferente

Ai esse tempo, viu?

Ele monta nas costas dos meus velhinhos e fazem eles se curvarem

O cansaço

O peso de uma vida

Não gosto de ver esse tempo passando

Quero mais tempo com meus velhinhos

Sou abençoada de ter meus quatro avós

Mas eu quero mais tempo, meu Deus.

Eu não estou preparada para a velhice,

De ninguém.