Se saudades matasse eu já estava morta.
Saudades
Da minha mãe. Do meu pai. Dos meus irmãos. Da Alana. Da minha família. Das (ex) Alunas
De tanta gente querida. Meus amigos.
Do Brasil.
(E das comidas do Brasil
porque eu sou sempre morta de fome...)
Hoje a pandora colocou música do Zelda na minha playlist
Fiquei feliz e triste de saudades do Lucas
Saudades das minhas avós que estão no céu.
Ainda não entendo esta saudade em que não sei quando vou vê-las novamente.
Todo dia penso nisso.
Estando aqui, longe de tudo, não tive chance de entender.
Tenho a sensação de perda.
mas ao mesmo tempo eu tenho essa sensação de perda em relação a tudo!
Andei refletindo nas minhas perdas.
Perdi tantos momentos com meus amados.
E são aqueles momentos simples que fazem mais falta.
Ver o cabelo da Gabi crescer.
Ter ido na formatura da Alana.
Ir ao Centro, trabalhar com as crianças.
Conhecer a namorada do meu irmão direito.
Dar aulas de tap.
Reuniões de família.
Café da manhã depois de dia de reunião de família.
Cheio de comidas erradas do dia anterior
Pessoas acordando em lugares estranhos da casa...
Saudades absurdas da minha cachorra.
A Hopi não fala no skype.
Ela não percebe o carinho e a falta que sinto dela.
Quando penso que ela deve imaginar que eu a abandonei, dói muito.
Por incrível que pareça, esta é uma das razões mais fortes da minha vontade de voltar para o Brasil
Só quem tem cachorro para entender
Ainda bem que a dor da saudades serve apenas para lembrar daquilo que a gente ama.
Espreme o coração.
Mas não mata
Devaneios artísticos de uma bailarina-coreógrafa vivendo pelo mundo. Pensamentos. Trabalhos. Alegrias e tristezas. Tudo e Nada.
Friday, October 26, 2012
Saturday, October 20, 2012
Teaser Last Stop.
Eis um trailer do Last Stop...
Film by Carol Mendes and Nicolas Pirata
Music by Zoe Keating
Performance by Erin Bomboy, Callie Hatchett, Elizabeth Hepp, Stanton Jacinto, Shane Larson, Natália Martinez, and Brittany Testone.
Teaser Last Stop from Carol Mendes on Vimeo.
Já devia ter divulgado este teaser há mais de 1 mês. mas fica difícil quando você mora nos EUA e se acostuma com as rígidas leis de direitos autorais. Faz 5 meses que estou tentando contactar a artista que compôs este trabalho para conseguir a permissão do uso das músicas e não obtenho resposta.
Estou arriscando colocar este vídeo online. Espero sinceramente não levar um processo, ou pior, espero que agentes da CIA não caiam do teto e me prendam neste exato momento.
Feliz sábado para você.
Film by Carol Mendes and Nicolas Pirata
Music by Zoe Keating
Performance by Erin Bomboy, Callie Hatchett, Elizabeth Hepp, Stanton Jacinto, Shane Larson, Natália Martinez, and Brittany Testone.
Teaser Last Stop from Carol Mendes on Vimeo.
Já devia ter divulgado este teaser há mais de 1 mês. mas fica difícil quando você mora nos EUA e se acostuma com as rígidas leis de direitos autorais. Faz 5 meses que estou tentando contactar a artista que compôs este trabalho para conseguir a permissão do uso das músicas e não obtenho resposta.
Estou arriscando colocar este vídeo online. Espero sinceramente não levar um processo, ou pior, espero que agentes da CIA não caiam do teto e me prendam neste exato momento.
Feliz sábado para você.
Friday, October 19, 2012
E a vida anda,
É.
A vida é dura.
Viver de Arte, ou melhor, de Dança é pior ainda.
Na luta diária.
Eu contra eu mesma.
Ganhar a disciplina de ser autônoma.
De ganhar menos do que o cara que lava prato no restaurante da esquina.
Manter minha dignidade e fé no futuro não é fácil.
Crio planos de meta todos os dias.
E ignoro minhas "to do lists" com frequência.
Não quero me justificar...
Mas já justificando:
Minha vida inteira eu tracei meus objetivos,
meus sonhos,
E alcancei todos eles.
Agora não sei.
Pela primeira vez me sinto navegando num limbo.
Não sei bem qual meu objetivo.
Não sei bem como alcançar.
É difícil ficar aqui.
Voltar para o Brasil me parece um tiro no pé.
Voltar para a Universidade não quero.
Chega de Academia.
Quero criar.
Mas quem disse que é fácil?
Não é.
Nem aqui, nem aí, nem em lugar nenhum.
Falta dinheiro.
Alguém tem um patrocinador aí...
Afim de bancar uma pessoa batalhadora, honesta, que não desiste nunca?
Tenho produzido meus trabalhos.
E tenho conquistado coisas.
E algumas coisas cairam do céu.
Estou tão feliz com o resultado do Subway Project.
O vídeo Last Stop, modésta a parte, virou o primeiro bebê meu e do Nicolas.
Estou apaixonada.
Tá aí.
Um trabalho que eu assisto, assisto de novo,
e toda vez me causa lágrimas,
ou me faz sorrir.
Só não posso divulgar, porque ainda não consegui o direito autoral das músicas.
Cruzem os dedos.
Me demiti do Brazilian Endowment for the Arts.
Não quero/
Não posso/
Não devo falar sobre isso.
Vamos só dizer que trabalhar para brasileiros nos EUA é tricky.
Só porque eu vim do Brasil não signifca que eu tenho que aguentar 3 meses de atraso no meu ridículo pagamento né?
Trabalhar de graça pelo que eu acredito? SEMPRE
Ser explorada? Não muito obrigada.
Ok. Acho que abri o meu bocão.
Mas sinceramente? Chega.
O estágio naquele lugar acabou com a minha auto estima.
E o mais impressionante é que eu tenho muito carinho por todo mundo que "trabalha" lá.
Mas doeu muito.
Se teve uma coisa que me fez parar de escrever foi aquele estágio.
Depressão? tristeza? Falta de amor próprio?
Decepção? Desapontamento?
Tudo isto junto.
Acho que só agora, devagar, estou começando a andar.
Se bem que,
acho que tudo é muito culpa minha.
Vou vivendo e armazenando tudo no peito, achando que posso conquistar o mundo.
Só que não.
Eu sou pequenininha e imperfeita.
Boba.
Mas um dia eu vou ser quem eu quero ser.
Disciplinada, trabalhadora incansável.
Forte.
E nisto se passaram 5 meses que eu me formei.
Apresentei minhas coreografias em dois festivais.
Fui convidada para retornar em 1 deles, devido ao feedback positivo da audiência.
Fiz um estágio.
Me demiti.
Consegui um emprego numa organização inteira americana:
Dancewave.
Estou muito feliz lá.
É só part time.
Mas é justo.
No começo foi difícil, mas agora estou completamente ambientada!
Além disso, minha amiga Julia
(da Julliard)
dona da Darcy
virou chefe de departamento de uma Universidade em outro estado.
Eu nem estava sabendo disto.
Mas fiquei sabendo quando ela me escreveu
me convidando para ser coreógrafa convidada da Universidade.
Estou muito feliz.
No começo não acreditei.
Mas como agora estamos trocando contrato e eu estou comprando passagens
para passar 1 semana em Wyoming dando aula e coreografando
faz tudo parecer mais real.
E:
eu vou receber de verdade.
Como coreógrafa.
Amém.
Mais um sonho: check.
Estou fazendo poucas aulas.
Fico presa aqui no meu quadradinho na rua 92.
Após sobreviver financeiramente à um mestrado,
não dá para bancar 5 aulas de balé, tap ou contemporâneo por semana.
Para quem fazia de 8 hrs a 10 hrs de dança por dia,
passei a um vergonhoso 6hrs por SEMANA.
Mas fazer o quê?
É o que dá por enquanto.
Mas graças a Deus estou dançando numa companhia,
tendo duas aulas por semana e ensaios.
Silva Dance Company.
Fusion de Capoeira, Danças brasileiras, balé e moderno.
Precisa ver...
Perdi o medo de ficar de cabeça para baixo.
Demorou 25 anos de vida, mas finalmente aprendi a dar parada de mão, estrela de cabeça, etc.
E no meio de tudo isto a vida vem andando.
Numa rotina louca flutuante.
Gastando muito do meu tempo assistindo netflix ou qualquer seriado bobo.
Mas again... acho que eu tinha um saldo positivo:
25 anos e com mestrado nas costas e todo o resto...
Eu pude me dar ao luxo de vagabundear por falta de saber o que fazer, não?
E de qualquer forma...
Se eu estou escrevendo isto aqui já é sinal que está tudo passando
e eu estou caminhando para novos rumos,
de trabalho,
se Deus quiser.
Amém.
De novo.
Ps:
Vocês
(caros fantasminhas persistentes)
sabiam que eu escrevo posts e mais posts no meu caderno de anotações?
que anda na minha bolsa)
e por vergonha,
de mim mesma,
das minhas faltas pessoais,
da minha falta de perseverança,
na vergonha da minha preguiça,
Eu não tive coragem de passar nada para meu blog?
Que o cara lá de cima me ajude a mudar essa chatice desta procrastinação.
Bora viver
E chega de arrependimento pelo que não consegui ainda.
Bora batalhar.
E obrigada às 3 taças de vinho que tiraram a vergonha na cara e me fizeram escrever muito do que estava entalado na garganta.
Fui.
Boa Noite.
Boa Tarde.
E Bom Dia.
(dependendo de quando vc ler isto).
=D
A vida é dura.
Viver de Arte, ou melhor, de Dança é pior ainda.
Na luta diária.
Eu contra eu mesma.
Ganhar a disciplina de ser autônoma.
De ganhar menos do que o cara que lava prato no restaurante da esquina.
Manter minha dignidade e fé no futuro não é fácil.
Crio planos de meta todos os dias.
E ignoro minhas "to do lists" com frequência.
Não quero me justificar...
Mas já justificando:
Minha vida inteira eu tracei meus objetivos,
meus sonhos,
E alcancei todos eles.
Agora não sei.
Pela primeira vez me sinto navegando num limbo.
Não sei bem qual meu objetivo.
Não sei bem como alcançar.
É difícil ficar aqui.
Voltar para o Brasil me parece um tiro no pé.
Voltar para a Universidade não quero.
Chega de Academia.
Quero criar.
Mas quem disse que é fácil?
Não é.
Nem aqui, nem aí, nem em lugar nenhum.
Falta dinheiro.
Alguém tem um patrocinador aí...
Afim de bancar uma pessoa batalhadora, honesta, que não desiste nunca?
Tenho produzido meus trabalhos.
E tenho conquistado coisas.
E algumas coisas cairam do céu.
Estou tão feliz com o resultado do Subway Project.
O vídeo Last Stop, modésta a parte, virou o primeiro bebê meu e do Nicolas.
Estou apaixonada.
Tá aí.
Um trabalho que eu assisto, assisto de novo,
e toda vez me causa lágrimas,
ou me faz sorrir.
Só não posso divulgar, porque ainda não consegui o direito autoral das músicas.
Cruzem os dedos.
Me demiti do Brazilian Endowment for the Arts.
Não quero/
Não posso/
Não devo falar sobre isso.
Vamos só dizer que trabalhar para brasileiros nos EUA é tricky.
Só porque eu vim do Brasil não signifca que eu tenho que aguentar 3 meses de atraso no meu ridículo pagamento né?
Trabalhar de graça pelo que eu acredito? SEMPRE
Ser explorada? Não muito obrigada.
Ok. Acho que abri o meu bocão.
Mas sinceramente? Chega.
O estágio naquele lugar acabou com a minha auto estima.
E o mais impressionante é que eu tenho muito carinho por todo mundo que "trabalha" lá.
Mas doeu muito.
Se teve uma coisa que me fez parar de escrever foi aquele estágio.
Depressão? tristeza? Falta de amor próprio?
Decepção? Desapontamento?
Tudo isto junto.
Acho que só agora, devagar, estou começando a andar.
Se bem que,
acho que tudo é muito culpa minha.
Vou vivendo e armazenando tudo no peito, achando que posso conquistar o mundo.
Só que não.
Eu sou pequenininha e imperfeita.
Boba.
Mas um dia eu vou ser quem eu quero ser.
Disciplinada, trabalhadora incansável.
Forte.
E nisto se passaram 5 meses que eu me formei.
Apresentei minhas coreografias em dois festivais.
Fui convidada para retornar em 1 deles, devido ao feedback positivo da audiência.
Fiz um estágio.
Me demiti.
Consegui um emprego numa organização inteira americana:
Dancewave.
Estou muito feliz lá.
É só part time.
Mas é justo.
No começo foi difícil, mas agora estou completamente ambientada!
Além disso, minha amiga Julia
(da Julliard)
dona da Darcy
virou chefe de departamento de uma Universidade em outro estado.
Eu nem estava sabendo disto.
Mas fiquei sabendo quando ela me escreveu
me convidando para ser coreógrafa convidada da Universidade.
Estou muito feliz.
No começo não acreditei.
Mas como agora estamos trocando contrato e eu estou comprando passagens
para passar 1 semana em Wyoming dando aula e coreografando
faz tudo parecer mais real.
E:
eu vou receber de verdade.
Como coreógrafa.
Amém.
Mais um sonho: check.
Estou fazendo poucas aulas.
Fico presa aqui no meu quadradinho na rua 92.
Após sobreviver financeiramente à um mestrado,
não dá para bancar 5 aulas de balé, tap ou contemporâneo por semana.
Para quem fazia de 8 hrs a 10 hrs de dança por dia,
passei a um vergonhoso 6hrs por SEMANA.
Mas fazer o quê?
É o que dá por enquanto.
Mas graças a Deus estou dançando numa companhia,
tendo duas aulas por semana e ensaios.
Silva Dance Company.
Fusion de Capoeira, Danças brasileiras, balé e moderno.
Precisa ver...
Perdi o medo de ficar de cabeça para baixo.
Demorou 25 anos de vida, mas finalmente aprendi a dar parada de mão, estrela de cabeça, etc.
E no meio de tudo isto a vida vem andando.
Numa rotina louca flutuante.
Gastando muito do meu tempo assistindo netflix ou qualquer seriado bobo.
Mas again... acho que eu tinha um saldo positivo:
25 anos e com mestrado nas costas e todo o resto...
Eu pude me dar ao luxo de vagabundear por falta de saber o que fazer, não?
E de qualquer forma...
Se eu estou escrevendo isto aqui já é sinal que está tudo passando
e eu estou caminhando para novos rumos,
de trabalho,
se Deus quiser.
Amém.
De novo.
Ps:
Vocês
(caros fantasminhas persistentes)
sabiam que eu escrevo posts e mais posts no meu caderno de anotações?
que anda na minha bolsa)
e por vergonha,
de mim mesma,
das minhas faltas pessoais,
da minha falta de perseverança,
na vergonha da minha preguiça,
Eu não tive coragem de passar nada para meu blog?
Que o cara lá de cima me ajude a mudar essa chatice desta procrastinação.
Bora viver
E chega de arrependimento pelo que não consegui ainda.
Bora batalhar.
E obrigada às 3 taças de vinho que tiraram a vergonha na cara e me fizeram escrever muito do que estava entalado na garganta.
Fui.
Boa Noite.
Boa Tarde.
E Bom Dia.
(dependendo de quando vc ler isto).
=D
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