Dias impossiveis acontecem de vez em quando. Ontem foi um dia impossivel. E eu sobrevivi.
Acordei quase atrasada e corri para a primeira aula da semana. Tive aula de escrita com um professor convidado. O cara é artista plástico e escritor. Ele mistura palavras e conteúdos visuais, de forma bem interessante. Fiquei inspirada para escrever de forma mais maluca.
No meu curto horario de almoço - 30 minutos- comprei comida, imprimi um documento, assinei o documento, e engoli meu mac and cheese em 40 segundos.
Fiz a aula de ballet com o mac and cheese na boca do estomago e com a lingua queimada. Mas pelo menos o lado bom de estar tão cansada fisica e mentalmente é que tudo funciona: todos os giros, balances e intenções.
Depois da aula tive 15 minutos de intervalo e corri para resolver a inscrição num festival de videodanca. Passei os documentos para o Nicolas scannear e voltei correndo para minha project class.
Nesta aula todos os coreógrafos da companhia mostram suas coreografias e recebem feedback de uma banca de professores e alunos. Dancei primeiro na coreografia da Suzanne, que é sobre processo em Dança, e em seguida na da Erin, que é sobre o 11 de Setembro. Estou amando fazer parte destas duas coreografias.
Quando mostrei a minha coreografia e ouvi o feedback dos professores e alunos fiquei muito surpresa e satisfeita. Foram só coisas positivas sobre meu trabalho. Desde alguns comentários do tipo "é bem Carol", até palavras como imprevisível e divertido. Um dos meus professores falou que minha coreografia é como se eles entrassem em um filme "mudo" onde todo mundo se expressasse numa língua diferente.
(Na minha cabeça o mundo é meio exagerado e as pessoas deveriam andar de ponta cabeça, ter acessos de choro, comer chocolate, ficar rindo à toa...)
Em seguida a isto, tive meu ensaio. Apesar da semana passada que estive me sentindo travada quanto ao que coreografar, este fim de semana foi bem produtivo e consegui descansar a mente, tomando decisões sobre coreografias, vida e dança.
Para alguns pode parecer muito fofo/bonitinho o fato de eu estar morando em NY e tentando ganhar a vida como bailarina e coreógrafa. Mas na realidade é muito difícil. Eu mesma estou o tempo todo me questionando. Por que que eu faço isto? Dança é importante? O que eu quero dizer com minhas coreografias-trabalhos? Em um mundo tão amplo, o que eu estou fazendo para colaborar-questionar-mudar a situção em que vivemos?
Enfim. Meu ensaio foi mega produtivo. Sempre tento deixar meus bailarinos a vontade. E nesta coreografia ainda por cima, elas tem que comer chocolate no palco, então no ensaio eu levo kisses da Hershey's para elas irem treinando. Vocês podem imaginar o quanto elas gostam.
Em seguida tive mais 10 minutos de intervalo, tempo que usei para falar com o Nicolas, que conseguiu escannear os documentos que precisávamos. Corri para o 6o andar (pelas escadas... é óbvio) e mandei um e-mail inscrevendo o videodança Ruína (feito em parceria com a produtora Mariachis Audiovisual).
Voltei correndo 4 andares de escada, engoli um Yogurte e tive mais 1 hora e meia de ensaio da Suzanne. Ao fim deste ensaio, não tive tempo de beber e comer nada e a Erin já começou o ensaio. Normalmente seriam mais 1 hora e meia de ensaio, mas ela propôs que nós ficássemos até 10:30pm (ao invés de 9:45pm), como costuma ser, para termos o dia seguinte off. Todos topamos é claro.
Foram 13 horas de aula-trabalho-ensaios direto, com apenas 50 minutos de intervalo (que na realidade usei para resolver coisas). Ou seja, foi um dia impossível. Mas que cumpri tudo que precisei.
E para coroar a Segunda-feira eu tive a infeliz idéia de voltar para casa de ônibus, ao invés de metrô. O maridão abençoado veio me buscar e me acompanhar até em casa. Entramos no ônibus e por alguma triste razão a ($%$*%$%$) motorista foi dirigindo a 15kms/h.
Cheguei em casa as 11:40 da noite. Fui tomar banho, finalmente comi algo, assisti um filme até as 2 da manhã e fui dormir.
Yeah. This is NY.
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