Sunday, July 25, 2010



Por enquanto eu sou fraca.
Deveria ser corajosa.
Deveria ser ponderada.
Deveria amar sem esperar nada em troca.
Mas tento. Às vezes.
Deveria criar mais, dançar mais, arriscar mais.
Deve ser por isso que estou indo embora.
Agora vai ter que ser na marra.
Ou dança ou danço.
E depois de tudo,
espero que eu fique um pouquinho
(que seja)
mais forte.

Friday, July 23, 2010

Wednesday, July 21, 2010

Storm

Uma tempestade sobre minha cabeça.
Fecho os olhos e aguardo o que me espera.
Continuo tentando desbravar caminhos.
O que guia minha caminhada?
Quanto tempo se passou?
Estou sozinha, mas sei que não.
Era uma personagem, mas sou eu.




Foto antiga tirada pelo meu noivo durante meu TGI no Bacharelado da UNICAMP.

Monday, July 19, 2010

Visagismo

O workshop de visagismo com o Marcos Freire no III Festival de Cinema de Paulínia está me deixando obcecada. Sempre amei maquiagem em função de todo o processo de se criar um personagem e caracterizá-lo, mas este curso vai me levar bem além disso. Estou com muitas expectativas. Fora que estou apavorada porque o curso está cheio de profissionais atuantes da área (maquiadores de cinema) e eu reles bailarina-coreografa-maniaca-por-stylishing terei que por minhas habilidades à prova nos próximos dias de curso... Oh God!
É impressionante como quando alguém ama o que faz e dá o máximo de si ela enxerga seu trabalho como o centro do universo. Eu vejo o mundo dançando e nas relações corporais que dialogam. Mas hoje quase fui convencida que a maquiagem e o estilo pessoal são uma das melhores formas de se perceber nosso mundo. O Marquinhos ( esse p#$%$ maquiador) é um cara humilde e aberto às pessoas. Fiquei passada, já que esperava alguém esnobe. Ele fez uma leitura histórica (das décadas de 20 a 90) - inteligentíssima - tratando comportamento e cultura através das expressões de estilos pessoais e das maquiagem de cada período. Amei.
É impressionante como temos preconceitos não é mesmo?
Mesmo eu vindo da dança, que é uma área super sujeita aos preconceitos da sociedade (que insiste em achar que eu a qualquer momento vou fazer uma pole dance ou um funk), eu tinha aquele preconceito nada saudável em achar que maquiagem era supérfluo (mesmo amando me maquiar).
Agora, refletindo um pouco melhor, acho que devo reconsiderar e reformular meu pensamento. Nada é supérfluo desde que seja com moderação. Esta nova forma de pensamento da moda, maquiagem e "estilismo" pessoal pode ser uma forma maravilhosa de ajudar a recuperar a auto-estima das pessoas. Além de também colaborar para eventuais criações de sonhos como por exemplo nas maquiagens de filmes, colaborando com o delineamento narrativo, ou até mesmo uma noivinha sonhadora, o que dispensa explicações...
Frase pé no chão do dia: " Não é a maquiagem que usa a pessoa, mas a pessoa que usa a maquiagem!" ( Marcos Freire)
Com essa dose cavalar de visagismo no meu dia, cheguei em casa e fui pesquisar maquiagem de épocas e personalidades que ditaram ( e ainda ditam) imagens.
Eis algumas mulheres inspiradoras:


Audrey Hepburn
(A eterna bonequinha de luxo)


Grace Kelly


Rita Hayworth


Marilyn Monroe
(Maravilhosa!)


Natalie Wood


Twiggie
(Tenho impressão que a moda está redescobrindo esta referência)


Scarlett Johansson
(Para mim uma das mulheres mais belas da atualidade)

Sunday, July 18, 2010



Nadando no vazio.
Olhando o horizonte.
Dançando no viver.

Polígono

Para quem quiser ter uma idéia sobre o espetáculo Polígono da São Paulo Companhia de Dança. Eis um vídeo:



Me surpreendi com o documentário sobre a criação deste espetáculo. Mas em relação à obra coreográfica em si eu não me sinto com muita propriedade para comentar pois não tive a oportunidade de assistir pessoalmente. Tudo que vi foram os materiais disponibilizados em vídeo e o recente documentário.
Confesso que esta estética coreográfica não me agrada de imediato e me faz lembrar morbidamente de peixinhos no aquário. Fico sob a impressão que o coreógrafo nos joga milhões de informações de movimentos e tampa o palco com uma 4a parede que nos distancia mais ainda dos bailarinos.
Mas é inquestionável que esta obra representa um refinamento técnico da dança clássica jogando habilmente com questionamentos recorrentes aos conflitos da contemporaneidade. (Estou filosófica hoje, não?)
Traduzindo: o balé no auge da sua dificuldade (e impessoalidade) junto com o contemporâneo no auge da sua chatice. (Não que toda dança contemporânea tenha que ser chata!) Isto resulta numa obra que impressiona pelo exímio técnico mas deixa a desejar no campo das sutilezas emocionais.


Saturday, July 17, 2010

São Paulo Companhia de Dança



Costumo fugir de temas polêmicos como a São Paulo Companhia de Dança. Mas hoje, após assistir o documentário do diretor Evaldo Mocarzel no festival de Cinema de Paulínia, foi inevitável que eu tentasse dividir aqui um pouco das tantas idéias que transbordaram de mim.

Me sinto dividida ao falar nesta companhia. Por um lado fui muito favorável e entusiasta durante sua criação. Isto, porque o balé clássico é uma das principais portas de entrada para a dança no Brasil, mas contraditoriamente o campo de trabalho com foco neste estilo é quase nulo por aqui. É irritante como nosso país serve na sua maioria para formar talentos desta área e exportá-los. Visto isto, a criação de um grupo sério com foco estético nas releituras, remontagens e novas criações do balé é fundamental para um avanço no mercado de dança profissional.

Por outro lado as políticas de fomento à cultura foram completamente imparciais na distribuição de recursos relacionados à esta companhia de dança. Outros grupos estáveis e profissionais que lutavam para sobreviver há anos se sentiram completamente negligenciados graças às verbas exorbitantes destinadas à SPCD.

Moral da história: o bafafá no mundo da Dança rolou solto. O estranhamento foi similar ao que ocorreu na época em que o (ex) Maestro da OSESP John Neschling mexeu os palzinhos para mudar a orquestra de um nível mediano para uma com qualidade internacional. Algumas das principais modificações foram a dedicação exclusiva, o aumento dos salários e a competitividade acirrada entre os músicos. Ponto.

Sinto muito... mas concordo que dinheiro é sinônimo de qualidade. E não digo isto levianamente, mas porque acho que se você, como bailarino tem uma estabilidade financeira mínima, você pode se dedicar única e exclusivamente para seu aprimoramento profissional e assim, contribuir para elevar o nível de qualidade artística da sua companhia. Só que isto não significa que estes outros grupos, como por exemplo o Balé da Cidade de São Paulo, não mereçam também mais investimentos.

Enfim, tentei traçar um panorama (bem superficial) da situação que envolve a SPCD para poder melhor contextualizar o meu olhar de observadora quando assisti o documentário acima citado. Com sentimentos conflitantes sentei esperando assistir o usual: algo meio panfletário, imagens bonitas valorizando a técnica clássica, momentos com a obsessão dos cineastas em filmar só as pontas, etc.

Primeiramente fui surpreendida com a fala do diretor estremamente consciente sobre corpo e movimento. Não lembro das exatas palavras, mas ele finalizou sua fala enfatizando que tanto cinema quanto dança são artes que prescindem da palavra. Com esta idéia o diretor me conquistou...

Tanto eu (bailarina) como meu noivo (cineasta) assistimos o documentário estupefatos. Amamos.
O documentário conseguiu extirpar das minhas lembranças qualquer preconceito em relação à esta companhia.

Sob o mote de documentar a rotina de trabalho dos profissionais envolvidos na montagem da criação coreográfica Polígonos (de Alessio Silvetrin) o diretor criou uma obra espetacular de culto à vida dos bailarinos.

Nunca me senti tão bem representada. Apesar de não fazer parte de uma companhia de dança, minha vida tem sido esta arte. A rotina de um artista é muitas vezes incompreendida pela maior parte da sociedade. Mas este trabalho mostra fielmente a rotina árdua de disciplina, treinamento e até mesmo de sofrimento que envolve a vida de um bailarino. Também mostra a beleza estética de movimentos sutis, a conquista e superação de uma dificuldade, o cansaço físico, o sentimento que transborda no silêncio, além da criatividade e individualidade nas expressões de cada movimento.

A fotografia é maravilhosa, um material que definitivamente não posso explicar com palavras.
A montagem do documentário é impressionante. O montador Marcelo Moraes faz milagre ao conseguir dar uma continuidade quase dançada às imagens captadas.
A trilha sonora costura todo o documentário com muita cautela e precisão contribuindo em muito para facilitar a sensibilização do olhar dos espectadores.

Enfim... fantástico. Um documentário fundamental para qualquer bailarino ou amante do movimento. O documentário pode ser um pouco cansativo para quem não tem um olhar tão especializado na área, mas mesmo assim ele deve ser assistido por aqueles que procuram entender este universo da dança não traduzível em palavras.

Monday, July 12, 2010

Feeling really blue today...



Somewhere over the rainbow
Skies are blue,
And the dreams that you dare to dream
Really do come true.

Friday, July 9, 2010

Obs.




Percebo como sou viciada em manter um olhar estético até com esta história de blog...
Mudo trezentas vezes as cores, as posições e tudo o que passar pela minha cabeça.
Tudo isto para a visualização do meu blog me satisfazer esteticamente.
Tenho problemas.
Eu sei.

Leituras

Confesso que faz tempo que não leio um livro inteligente. Nos últimos anos tive sempre que me dedicar a uma pesquisa aqui, a um trabalho ali, então minhas leituras eram basicamente livros técnicos da minha área - a dança. E eis mais uma confissão: eu não tenho a mínima paciência para ler um livro destes de cabo a rabo, eu vou direto ao ponto que interessa, folheio pra lá e pra cá e fecho o livro. Sigo então para a aula, ou para escrever algo sobre o livro lido e discuto (ou escrevo) com a veemência de quem sabe tudo. Fazer o quê? Quando eu era criança eu me lembro de ler absolutamente tudo que passava pela minha frente, acho que esgotei minha paciência naquela época.
Hoje prefiro ler apenas aqueles livros que tenho certeza que vão me fazer feliz, vão mexer com minhas emoções e me fazer mergulhar dentro de um universo paralelo que me distancie da realidade em que vivo. Tenho paixão por mundos fantásticos, então sempre retomo a leitura de Harry Potter (existe alguém no mundo que não veja a beleza nesta série?), Crepúsculo (Ótimo retrato do pensamento feminino), Senhor dos Anéis e algumas outras séries mais água com açúcar.
Mas ontem, de um impulso, resolvi pegar alguns daqueles livros que deixo estrategicamente do lado da minha cama. Às vezes penso que eles estão ali clamando: - Somos nós que vamos fazer alguma diferença na sua vida, deixa de ser preguiçosa e vem trabalhar sua mente! Ouvindo este chamado, peguei uns quatro ou cinco livros e fui abrindo um a um procurando algo que me prendesse à leitura.
Não fui muito bem sucedida (só considero sucesso quando pego um livro, abro, passo dois ou três dias desligada do mundo e fecho). Mas me lembrei porque eu amo Guimarães Rosa. E finalmente estou chegando ao ponto que quero atingir com este post.
O que é uma leitura inteligente?
O que é uma leitura que te satisfaz?
Estas são questões que vão longe e que eu não tenho a mínima pretensão de responder...
Mas lendo o primeiro prefácio de Tutaméia (Terceiras Estórias), do autor em questão, o seguinte trecho prendeu minha atenção:

"Os dedos são anéis ausentes?
Há palavras assim: desintegração...
O ar é o que se vê, fora e dentro das pessoas.
O mundo é Deus estando em tôda parte.
O mundo, para um ateu, é Deus não estando nunca em nenhuma parte.
Copo não basta: é preciso um cálice ou dedal com água, para as grandes tempestades.
O O
é um buraco não esburacado.
O que é - automàticamente?
O avestruz é uma girafa; só o que tem é que é um passarinho.
Haja a barriga sem o rei. ( Isto é: o homem sem algum rei na barriga.)
Entre Abel e Caim, pulou-se um irmão começado por B.
Se o tôlo admite, seja nem que um instante, que é nele mesmo que está o que não o deixa entender, já começou a melhorar em argúcia.
A peninha no rabo do gato nã é apenas "para atrapalhar".
Há uma rubra ou azul impossibilidade no roxo (e no não roxo).
O copo com água pela metade: está meio cheio, ou meio vazio?
Saudade é o predomínio do que não está presente, diga-se, ausente.
Diz-se de um infinito - rendez-vous das paralelas tôdas.
O silêncio proposital dá a maior possibilidade de música.
Se viemos do nada, é claro que vamos para o tudo.
Veja-se, vêzes, prefácio como todos gratuito.

Ergo:
O livro pode valer muito pelo muito que nêle não deveu caber.

Quod erat demonstrandum".

Thursday, July 8, 2010



Quase impressionista.
Rosa.
Pingos d'água.
Luz.

Sutilmente




Adoro o trabalho de dança deste clipe...
Uma parceria produtiva para evidenciar o significado da letra, dando movimento e imagem à música. Além de mostrar que dança contemporânea pode ter um apelo pop sem deixar de ser pensada!!!

Tuesday, July 6, 2010

Nove anos



Hoje fiz nove anos de namoro! E um de noivado! E falta mais um ano para eu casar!!!
Então como eu sou uma namorada nada romântica eu resolvi variar um pouco e escrever algumas coisas inspiradas...
Todos os posts do dia são dedicados ao meu noivo e são reflexo do nosso relacionamento.
Não sei porque resolvi escrever isso aqui e deixar publicamente (não que eu tenha muitos leitores - provavelmente ninguém lê isso aqui!)
Mas de qualquer forma o simples fato de colocar num blog alguns escritos sobre eu e meu noivo é uma forma de dizer um eu te amo um pouquinho diferente, não é mesmo?
Aos leitores desavisados que lerem isso: sorry, eu até tentei não ser muito melodramática.

Para meu amor Pirata.

Sushi



As vezes um simples almoçar Sushi pode resumir toda a minha felicidade.

...



E chove corações de dentro do meu peito sempre que o vejo.

A dama e o vagabundo.





Acho que já vi este filme em algum outro lugar...

Céu.



Completo.

Infantilidades



Há um prazer quase débil em manter a infantilidade dentro de um relacionamento.
Bebê.
Moreco.
Meu anjo.
Gordo.
Namorido.

Luz e sombra.



Do mais puro contraste percebe-se que na verdade os elementos são complementares, o que transforma uma vida possivelmente sem graça num viver pleno.

Branco e Preto.
Rosa e Azul.
Tradicional e Inovador.
Balé e Skate.
Tchaikovsky e Ratos de Porão.
Dança e Cinema.
Gordo e Magra.
Cérebro e Coração.
Razão e Emoção.
Introversão e Extroversão.
Água e Fogo.
Céu e Terra.
Quente e Frio.
Eu e Você.

Beijo




Com um beijo sinto palpitar o coração.
De repente é calor.
Mas a distância que se aproxima só faz adiantar o inverno.

Você



Cada pessoa que passa pela nossa vida é única e tem um potencial diferente.
Será que podemos ter vários amores durante uma vida? Acredito que sim.
Mas acho que não faz muito sentido ficar procurando aqui e ali, achando defeitos e mudando de opinião.
Vale mais se esforçar todo dia por um mesmo alguém.
Pois uma só pessoa já não é um infinito de possibilidades?
Em nove anos juntos com meu amor nunca tive um dia igual ao anterior.
Altos e baixos são frequentes e reflexo da nossa imperfeição.
Mas isso simplesmente não importa.
Todo dia a convivência nos convida a uma renúncia dos nossos defeitos em prol de uma vida a dois.
Sem realidade - sem as coisas boas e as coisas ruins - não existe felicidade em um casal.
De todos no mundo escolhi você e sou grata por você ter escolhido a mim.
Seja como for, em qualquer lugar e em qualquer tempo.

Escolhas

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