Thursday, March 17, 2011

Bibliotecas



Estou fazendo esta pesquisa para a minha aula de Graduate Seminar onde eu tenho que achar informações sobre uma lost dance e descrevê-la, baseada nas minhas pesquisas.
Decidi por pesquisar trabalhos do início da carreira de Mary Wigman com o intuito de conhecer mais as raízes alemãs da dança moderna. Afinal, morando aqui, eu estou em contato já com as raízes americanas.
Mas o nome lost dance já diz tudo: uma dança perdida, sem registros.
Ou seja, Mary Wigman venha em mim e me dê inspiração para poder descrever sua pastoral do ciclo de dança "The Road".

Acreditam que eu ainda não tinha me aventurado nas bibliotecas até outro dia?
Por favor não pensem mal de mim. Sempre fui estudiosa e gosto de ler até demais. Só que eu simplesmente não tive tempo de ler nada, e nem havia propósito em me aventurar nas bibliotecas imensas deste país. Eu, sinceramente, estava com vergonha de entrar naqueles prédios enormes e ficar parecendo uma perdida.

Mas agora não tive escapatória. Primeiro fui enfrentar a biblioteca da NYU.
Esperneei, me estressei e arranquei os cabelos antes de ir lá, porque não estava entendendo nada na frente do computador. Como achar o número do livro e aonde o livro estaria?
Muito drama (meu) depois, eu fui até a biblioteca que fica em um prédio de 10 andares, com todos os andares de vidro e com um grande espaço vazio no meio, de forma que de todos os andares você enxerga o que tem abaixo e acima, além do chão do saguão do térreo.

Demorei 30 minutos para achar e sair com todos os 5 livros que tinha pesquisado.
E quando passei para retirar os livros eu quase cai dura quando a mulher me disse que eu só tenho que devolver os livros lá para o dia 5 de Julho, e que eu tenho direito a retirar o total de 400 livros. (!!!???)

Sabe todos aqueles livros que a Cássia Navas (minha professora de história da dança da Unicamp) tinha e eu morria de vontade de ter nas mãos? Lá tem todos e muitos mais.
E eu tenho acesso ilimitado a isto e tempo zero para gastar lendo.
Não se pode ter tudo.

Enfim. Estou aproveitando minhas férias de uma semana para tentar adiantar este trabalho.
E quem disse que eu acho alguma coisa da %&&ˆ$# da dança desaparecida?
Então lá fui eu me aventurar pela New York Public Library (NYPL).

A NYPL tem diversos prédios espalhados por toda a cidade. A Jerome Robbins Dance Division é o maior acervo de dança que existe e fica no prédio localizado no Lincoln Center.
Aqui do lado da minha casa.
Eu simplesmente fui dar uma volta, passeei ali para respirar os ares do Lincoln Center, Julliard, New York City Ballet, etc. e criei coragem de tentar fazer pesquisa naquele prédio gigantesco.

Demorei até ter coragem para ir, porque eu fiz um cartão de biblioteca lá há uns 3 meses e eu perdi. E eu não estava preparada mentalmente para ter que gastar mais nessa minha vida. Mas quando a mulher me cobrou 1 dólar por um cartão novo eu quase dei um beijo nela. Afinal, eu só tinha 4 dólares no bolso e nenhuma esperança de poder pagar algo caro.

Começei a fuçar pela biblioteca e criei coragem para atormentar de perguntas o povo que trabalha lá. Consegui autorização para assistir um registro em película datado de 1929 de coreografias da Mary Wigman.

E descobri que eu posso pegar DVDs emprestados. De graça.
Ha.
É o fim do meu sofrimento por falta de filmes.
Aluguei Ghandi para começar em grande estilo. E para chorar bastante.
Hoje volto lá, com meu caderninho, para assistir o filme (MW) e mais algumas outras raridades, em busca das coreografias perdidas da Sra Mary Wigman.



4 comments:

  1. Que demais more!!!

    te amo

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  2. Caroooool:
    Awesome!
    Amei tudo deste seu post: passando pela descrição da biblioteca da NYU que deve ser linda, pelos riquíssimos locais (culturalmente falando) por onde você transita diariamente, pela oportunidade de pegar tantos livros ma-ra-vi-lho-sos, por saber que você conseguiu fazer uma nova carteirinha da NY Public Library por apenas 1 dolar, etc etc.

    Queria que um dia você tivesse oportunidade de ouvir seu avô contando sobre a primeira vez que ele foi ver uma microfilmagem na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro e o quão fantástica foi essa experiência para ele. Acho que, guardando as devidas proporções, o assombramento foi o mesmo que o seu.

    Dei muitas risadas com seu post também, como sempre. Realmente, não se pode ter tudo na vida! Querer ter acesso a livros raros e ao mesmo tempo querer ter tempo livre para lê-los é pedir demais, né!:)

    Mas , prinicipalmente, adorei saber que você conseguiu achar uns filmes antigos da Mary Wigman e vai conseguir fechar seu trabalho com chave de ouro!

    Boa sorte com Gandhi: prepare os lencinhos (ou rolos) de papel mesmo, mas é um dos meus filmes favoritos, que transformou esse ser humano incrível em uma das pessoas que mais admiro até hoje.

    Beijão!

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  3. AHHHH!!!

    Tele transporte pra NY pra eu assistir Gandhi com a Carol, que filme de chorar só tem graça com elaaa..

    Xu, demais esse post!

    Que bom que vc tá tendo essa oportunidade maravilhosa, aproveite!!!

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  4. Mary wigman fala serio!!!!!!!!
    MEU PRIMEIRO TRABALHO DA nAVAS FOI SOBRE ELA!!!!!!
    que demais!!!!!!!!!
    bjokassss

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