Thursday, October 27, 2011

Gallim Dance - Andrea Miller

Para a galera de dança contemporânea que visita meu blog em busca de informações sobre o que acontece por aqui:

NY é um mundo. Tem muitas companhias, todo mundo fazendo coisa diferente. Ao mesmo tempo que tem muita gente qualificada, me dá a impressão que tem espaço para todos.
Para a minha disciplina de Arts Administration estou fazendo um levantamento de 5 coreógrafos e/ou bailarinos que me inspiram. E devo pensar se eu tivesse oportunidade de encontrá-los, que perguntas eu faria em relação a trajetória deles.
A professora sugeriu alguns nomes, e para variar eu não conhecia ninguém. Então fui fazer a tarefa básica de dar um google um por um e começar a aumentar meu conhecimento de coreógrafos independentes e autônomos que sobrevivem com suas companhias aqui em NY.
E então achei essa menina.
Sim, tenho que chamá-la de menina, porque ela é muito novinha.
E ela está crescendo bastante por aqui.
Ela dançou alguns anos na Companhia Israelense Batcheva (que é idolatrada aqui em NY) e então voltou para cá e criou sua própria companhia.
Ela tem influências da técnica Gaga (criada pela companhia israelense que eu mencionei) mas teve formação do seu vocabulário na Julliard.
Vendo o vídeo eu fiquei impressionada como alguns trechos das coreografias dela se parecem com o vocabulário técnico daqui da NYU.
E não tem muito a ver com a cena de dança contemporânea no Brasil.
Tenho dançado bastante por aqui então me acostumei com essa "cara" nos trabalhos da NYU. Mas é legal me dar conta que agora faço parte de um vocabulário de dança que é super atual: um mix de alto treinamento em balé; de aulas de contemporâneo fundamentadas em diferentes Pais e Mães da dança moderna americana; e desta tendência atual de se mexer para todos os lados, essa busca pela liberdade de movimento completa.
Enfim.
Estou inspirada para dançar, coreografar e ajudar a fazer o mundo da dança sacudir um pouco mais.



Subway Project

Estou a todo vapor fazendo a coreografia e planejamento de todos os detalhes do meu novo video-dança.
Para eu que antes estava chateada com a ausência de coisas no meu horário agora tudo começou a complicar:
Tenho prova de música no Século 20, com uma matéria absurda e nada a ver, na semana que vem.
Está ficando frio então preciso acelerar as gravações para garantir que meus bailarinos não vão congelar ao dançar pela cidade.
Ainda não terminei os detalhes de coreografia, e faltam milhões de coisas de logística que estão me deixando maluca.
Fora isso, logo mais voltarão os ensaios da Azsure, e eu não tenho nem vaga lembrança das frases de movimento gigante dela.
E eu estou dançando em mais uma coreografia agora, então o horário (Graças a Deus!!!) apertou.
Eu gosto é de fazer muita coisa ao mesmo tempo, porque aí eu funciono.
Pouca coisa me deixa maluca.

Thursday, October 20, 2011

Piti nervoso infantil:

Olha.
Eu to achando esta história de ninguém comentar no meu blog muito deprimente.
E não vale fazer só assim:
=)
Eu não escrevo post só assim:
=(
Então eu agradeço toda a interação.
O que aconteceu?
Nem minha mãe lê mais meu blog???
Protesto.

Adeus
=P

-------
Resposta aos comentários:

Gente, foi por isso que eu intitulei o post de piti infantil...
Não tem nada a ver, eu sei que tem gente lendo, eu é que sou uma chorona e queria que minha family tivesse escrevendo de vez em quando.
É que antes tinha mais interação aqui, porque eu escrevia com maior frequência e era mais engraçada. Agora eu to meio chatinha, preciso pegar o jeito de novo.
Eu que peço desculpas aos meus amados NÃO fantasminhas leitores, que tiveram que aturar meu pitizinho...

É que cada comentário dá uma alegria de viver que vocês não imaginam. Parece bobagem, ou que eu só quero atenção. Mas juro que realmente não é isso. Cada comentário inesperado que recebo em um post me dá tanta alegria e energia para continuar trabalhando por aqui. É um pézinho de Brasil sabe.

Prometo que de agora em diante eu nunca mais vou choramingar por isso.

E Ju: Obrigada pelo comentário fofo. Você é linda.

E Bettina: Eu que to te devendo umas respostas. É que o que vc me pediu por e-mail é bem difícil, e eu não gosto de dar resposta mais ou menos, por isso que eu não consegui ainda te responder. Sorry...

Beijos a todos.


Wednesday, October 19, 2011

My Favorite Things

Nuvens e céu azul
Acordar ao lado do meu amor
Um chocolate
Um cachorro abanando o rabo
Um sorriso
Alguém cantando
Lembrar dos meus amigos lá longe
E pensar que eles estão pertinho
Um músico tocando "my favorite things" da Noviça Rebelde hoje bem cedo
Essas são algumas das minhas coisas mais queridas


Logo quando eu entro para esperar o trem
As lágrimas de alegria vem à tona
Porque lembro de tantas das coisas que amo
Agradeço por ter sempre o amanhecer de um novo dia.
E agradeço ao músico anônimo que me encheu de alegrias.
Por isso, desejo um bom dia musical a todos que passam por aqui!


Que tal uma interativa no blog?

Se vc também ficou pensando nas coisas favoritas da sua vida, nas coisas que esquecemos de lembrar no nosso dia-a-dia, escreve aí.
E vamos montar uma coleção de coisas boas...

Bjokas

Tuesday, October 18, 2011

Querida dor:



1. Querida dor:

Dor no joelho
Dor no tornozelo
Dor na lombar
Dor no coração
E dor de saudades

Por favor vão embora porque eu quero ser feliz.

2. Da dor no peito:

Porque sonhar tão alto faz tudo se complicar?
Porque não podia ser mais fácil?
Eu sonho, eu quero, eu busco, eu trabalho, e eu atinjo.


3. Eu estou cansada.
Ando pela rua chorando
Caminho do metrô até em casa
E me questiono: vale a pena?

4. É claro que vale.
Nunca duvidei que a melhor coisa que fiz foi mudar de vida, mudar de país e buscar sonhos mais altos.

5. Mas é duro, muito duro.

6. E de vez em quando eu queria uma ajuda divina, sabe?
Ajuda daquelas iguais as de filme. Um milionário resolve bancar minha companhia, eu ganho bolsas de estudo, eu consigo criar aqui, mas trabalhar de vez em quando no Brasil...

7. Mas na vida real só consegue mesmo quem trabalha. E mesmo assim é difícil conseguir.

8. Então chega de reclamação,
Chega de chorar as pitangas no blog para meus amigos imaginários
E bora trabalhar dez vez mais.

9. E quem sabe um dia...

10. Eu chego lá, o sonho se torna real, e as dores farão mais sentido, e serão passado.

Monday, October 17, 2011

Rite Of Spring - Stravinsky e Pina Baush

A Primeira vez que a música Sagração da Primavera de Stravinsky foi apresentada (em 1913 em Paris) foi um caos, um escândalo. A platéia ouviu a música e viu a coreografia, doo Ballet Russes dançando coreografia de Nijinsky, e não conseguiu entender aquilo. Era diferente de tudo que havia sido feito até então. Era a modernidade nascendo. A música possui uma característica primitiva, com ritmos inesperados e imprevisíveis, com uma textura orquestral complexa. E a tudo isso juntou-se à coreografia de Nijinsky inspirada em um rito de nativo americanos, em que a música se intensifica enquanto os bailarinos representam o sacrifício de uma jovem. Mais impactante para a época impossível.

Hoje, nossos ouvidos estão mais do que acostumados com tal complexidade musical. Achei este vídeo meio sem querer no youtube e tive que compartilhar.
Depois da introdução com uma apresentadora falando sobre esta música de Stravinsky, o programa mostra um atrás do outro, cinco criações de coreógrafos diferentes, em cima desta mesma obra musical. Para mim que sou obcecada com as possibilidades de relacão entre música e dança este vídeo é um prato cheio. E também é muito interessante ver o desenvolvimento em ordem cronológica, quer você goste ou não, da dança.

As coreografias são de:

Vaslav Nijinsky
Millicent Hodson
Pina Baush
Anjelin Preljocaj
Tero Saarinen

De todas as versões a minha favorita é a da Pina. Adoro a intensidade emocional que a obra me traz. Tantos questionamentos, tudo sem dizer uma palavra, apenas com a dramaturgia e o poder do movimento...




Perspectiva Profissional

O fato de eu ter conseguido vir para cá e estar dando conta do programa de mestrado da NYU faz a minha vida ser mais aqui do que no Brasil. Óbvio que família, amigos, e todas minhas raízes permanecem. Mas recentemente venho me sentindo cada vez mais ligada profissionalmente a NY. Primeiro que todos meus contatos profissionais são daqui. Segundo que me sinto mais útil e com mais possibilidades por aqui, do que jamais me senti no Brasil.

E isso me deixa feliz e triste.

Andei com dificuldades de escrever sobre este meu segundo ano de mestrado porque tudo mudou. No ano passado tudo era novo, eu mergulhei de cabeça, eu tinha aulas 24 hs por dia, não dava para pensar muito no futuro. Tudo o que eu fazia era estudar, trabalhar, dançar, dançar mais, ensaiar, coreografar, improvisar e buscar me melhorar.

Mas nesse ano não. Começou tudo diferente e eu sofri um baque.

Óbvio que no começo eu estava encantada, o curso se predispõe a ser uma vivência prática de uma companhia de dança, permitindo aos alunos um contato com profissionais de alta qualidade e abrindo nossos caminhos para o futuro. Tudo era novo de novo. Fui abençoada de cair na coreografia da Azsure Barton e tive a oportunidade de ensaiar intensivamente durante as primeiras duas semanas de aulas para o trabalho que ela está coreografando. Mas quando os ensaios dela pausaram eu passei a ter várias janelas livres. E eu odeio tempo livre. Eu gosto é de rotina lotada de trabalho.

Mas ao mesmo tempo eu continuei envolvida com aulas acadêmicas de manhã: Colaboração entre músicos e dança; Música no século 20; Dança para a câmera (edição); Yoga avançada; e Pilates ou Balé (quando consigo me organizar para ir nas aulas opcionais).

Fora o Estudo Independente que estou fazendo. Esta disciplina é orientada por um professor do meu curso, mas quem faz a disciplina sou eu. Ou seja, como diz o nome, é um estudo independente que estou fazendo num tópico que me interesso. Então desde o ano passado já conversei com o meu orientador e me organizei para criar um video-dança original. Eu estou produzindo, dirigindo, coreografando e vou editar o vídeo (o Nicolas vai filmar, e um costume designer com quem já colaborei antes vai fazer o styling do figurino).
Meu vídeo é um projeto no metrô. Num outro post falarei mais sobre ele.

E além disso, meu departamento oferece uma série de workshops de graça, para os alunos do último ano, aos sábados. O primeiro que fiz foi relacionado a como escrever projetos e a conseguir patrocínio como coreógrafa em NY. Foi uma série de 4 sábados e as aulas abriram meus olhos para a minha perspectiva profissional. Foi ao mesmo tempo uma injeção de ânimo e um banho de realidade. Agora entendo muito melhor como funciona para sobreviver como artista por aqui.

E o workshop que comecei a fazer neste último sábado é sobre Arts Administration. As aulas vão abordar uma série de assuntos desde como fazer seu orçamento, até quanto a gente espera ganhar como bailarinos e/ou coreógrafos. Até milhões de outras coisas que espero poder compartilhar aqui de vez em quando. Óbvio que estes conhecimentos são úteis para mim aonde quer que eu esteja, mas é principalmente um conhecimento específico do mercado de dança contemporânea em NY.

Enfim... tenho pensado bastante em como sobreviver e viver por aqui.

E é difícil assumir que quero que minha casa seja aqui por mais tempo do que eu planejava. Mas não adianta adiantar o tempo. Encher a cabeça de confusão. Lembro que em todas as fases da minha vida eu passei por situações similares.

Cada mudança na vida parece uma coisa fora do mundo, impossível, quando estamos apenas sonhando e planejando. Mas depois que vira passado eu percebo como as mudanças são naturais. E as escolhas que pareciam tão difíceis, todas as confusões, se tornam insignificantes perto do caminho escolhido.

E assim espero que meu futuro continue a ser:
Não sabendo bem aonde vou chegar,
Com muitos sonhos
e paciência para continuar trabalhando
e esperar alcançar algo um dia.

=)

Friday, October 14, 2011

Caminhando juntos.

Finalmente consegui passar um tempinho montando/selecionando fotos para meu album do casamento.
Não acredito que já se passou 3 meses do nosso casamento e que tudo que a gente tinha sonhado estamos conseguimos alcançar.
E aí eu me dei conta de como eu tinha prometido fotos de casamento e eu nunca sequer consegui colocar uma aqui.
Então só para dar uma alegrada no blog mal assombrado por fantasmas eis uma foto do ensaio que fiz 1 mês após a festa.


Caminhando juntos...

Porque caminhar junto é melhor do que andar a esmo.
E agora minha casa é aqui.

Thursday, October 13, 2011

Um sucesso e um fracasso na cozinha.

Que eu sou um desastre na cozinha eu nunca escondi de ninguém.
Mas hoje eu estava com aquela vontade de fazer algo doce para comer.
Algo de morder, feito em casa.
Cansei de comprar muffin aqui, cupcake ali. Porque 1. Eu vou a falência e 2. não tem aquele gosto de coisa feita em casa
Então eu resolvi tentar uma receita nível 1 de dificuldade que recebi por e-mail.
Bolo de chocolate na caneca feito por microondas.
Até me dei ao trabalho de ir no mercado o Fairaway (o ironia de nome) só para comprar fermento e óleo.
Demorei 40 minutos no mercado para conseguir achar essas coisas, porque todos os mercados americanos são uma desordem sem lógica alguma.
Fora o fato que eu não sabia como dizer fermento em inglês...
Enfim.
Voltei para casa.
O Nicolas foi ditando a receita e eu fui fazendo.

E eis o resultado da primeira caneca:




...
...
...
...
...
...
...
...
...
...

E eis o resultado da segunda caneca:




Me diz meu Deus, o que eu fiz de errado para o microondas me boicotar e a receita explodir para todos os cantos?

Mas pelo menos ficou ultra gostoso. Tanto a receita que não explodiu, quanto a receita que sobrou dentro da caneca...

E se você ficou com vontade de fazer... eis a receita:

BOLO SIMPLES DE CANECA
- 1 ovo pequeno
- 4 colheres (sopa) de leite
- 3 colheres (sopa) de óleo
- 2 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó
- 4 colheres (sopa) rasas de açúcar
- 4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
- 1 colher (café) rasa de fermento em pó
Modo de Preparo:
- Coloque o ovo na caneca e bata bem com um garfo.
- Acrescente o óleo, o açúcar, o leite, o chocolate e bata mais.
- Acrescente a farinha e o fermento e mexa delicadamente até incorpar.
- Leve por 3 minutos no microondas na potência máxima.
Dicas:
- A caneca deve ter capacidade de 300ml.
- A medida de colher é sempre rasa.
- Você pode servir este bolo com coberturas, caldas, castanhas e sorvete. E pode comer quente.

E boa sorte para você (meu caro fantasma).
Que todos os seus bolos de caneca não explodam.
Carinhosamente,
Carol
(Um desastre na cozinha)

Monday, October 10, 2011

Tour tipo CVC e o Jean Pierre Norris

AVISO: 2 posts gigantes em 1.

Hoje é o Columbus Day, um dos poucos feriado existentes aqui.
Então tivemos um final de semana prolongado com uma segunda off, graças a Deus.
Mas o feriado acabou sendo bem ocupado.
Sábado tive um workshop de grant writting (que venho tendo nos últimos sábados) e ensaio do meu projeto de filme-dança.
Domingo encontramos uma amiga minha brasileira que está por aqui.
Marcamos de nos encontrar no Strawberry fields, o memorial do John Lenon no Central Park.
E acredita que ontem era aniversário do John Lenon?
O lugar está sempre vazio, mas ontem estava uma muvuca.
Só brasileiros mesmo... para termos (sem querer) um ponto de encontro de programa de branco.
Mas eu encontrei minha ex-aluna de tap, a Ani mesmo assim.
Passeamos pelo Central park, torramos no sol e eu e o Ni vimos o por do sol por lá.
(Só para deixar bem claro, minha vida é bem ocupada, mas nos feriados eu passeio, turisto e aproveito quando tenho pessoas queridas para encontrar! E por pura coincidência este foi o feriado dos amigos brazucas)
E hoje tivemos a visita de uma outra amiga que recentemente se mudou para cá para ser au pair: a Ivy!
A Ivy é nossa amiga querida super íntima e ela chegou aqui há umas duas semanas (ou um pouquinho menos).
E ela não conhecia nada de NY.
Super cuca fresca, ela veio nos visitar e falou que topava fazer qualquer coisa.
Ela não queria nada de passeio turista tipo CVC, então deixou nas nossas mão a escolha do que iríamos fazer.
Escolhemos por pegá-la de manhã na rodoviária (é... tem uma rodoviária em NY que por sinal é bem parecida com as rodoviárias de São Paulo e de Campinas) e andarmos com ela para almoçar estilo piquenique no Central Park.
No caminho passamos pela Time Square, que estava milagrosamente tranquila.
Um dos telões de lá filma um trecho da Time Square ao vivo e é possível ver a gente da tela, mas em geral tá sempre muito cheio de gente e não tem graça.
Paramos alguns segundos na frente do telão, e então um cara gigante (já do programa do telão) tirou uma foto de uma parte do trecho e ampliou a foto no telão.
Quase tive um ataque de riso quando só deu eu na foto enorme. A foto pegou um monte de espaço vazio... eu... e parte do Nicolas.
Ainda bem que a Ivy conseguiu tirar uma foto do telão para provar como eu to ficando importante (ha ha - risada irônica) e até saindo ampliada em telões da Time Square.
Enfim, fomos para o Central Park, sentamos numa charmosa área de grama-tapete, embaixo de uma árvore de nozes do esquilo da Era do Gelo, e comemos um almoço tipo americano: pita bread e hummus.
Ficamos lá até o sol ser forte demais para os dois branquelos suportarem (a Ivy e o Nicolas) e então resolvemos fazer um pequeno tour pela cidade com a Ivy.
Juro, era para ser pequeno, a nossa única intenção era levá-la para conhecer Chinatown.
Mas acabamos descendo na Union Square, passando pela St. Marks, descendo pelo East Village, passando pela Little Italy e chegando em Chinatown.
Mas para quê parar aí?
Estávamos andando tão tranquilamente, parando em praças, comendo o restante do nosso lanche...
E continuamos em direção à ponte do Brooklyn, ao Pier 17, pelo Distrito Financeiro e então chegamos no Battery Park, o extremo sul de Manhattan, com uma bela vista da Estátua da Liberdade bem ao por do sol....
E aí acho que o tour ficou meio CVC, com um toque de realidade de quem mora em NY.
Pois andamos demais já que sabíamos ir de um lugar para outro sem se perder.
Pobre Ivy quase morreu de tanto andar.
E assim teria terminado nosso feriado se não fosse a pérola de eu e o Nicolas conhecermos a pessoa mais caricata que eu já vi na minha vida.
Deixamos a Ivy na rodoviária e voltamos para casa podres de cansaço querendo só chegar em casa para jantarmos e dormirmos.
Mas o mundo tinha outros planos para a gente...


...


Tem uma academia de Tae Kwon Do na avenida a caminho de casa.
Sempre que passamos por lá a gente gosta de espiar as aulas, já que uma sala tem a parede de vidro e dá para ficar assistindo.
Paramos por um segundo para olhar e de repente um Senhor que também estava olhando as aulas nos aborda e começa a falar.
Pelos próximos 30 minutos ficamos ouvindo e conversando com aquele Senhor que no final da conversa se apresentou estendendo a mão e dizendo que se chamava Jean Pierre e era francês.

O Senhor deve estar na casa dos 70 anos (talvez beirando os 80), era bem magro e de estatura baixa, aparentava ser um homem que em outros tempos foi atlético, usava calca verde musgo e camisa branca simples. Mas vestia uma boina claramente francesa. Assim meio bolchevique.

A primeira coisa que o Senhor disse foi um palavrão:

- "Crap" (bosta). Esta escola é um monte de %$& crapˆ$ˆ&.
- Olha isso... Aquilo está tudo errado...

E então ele começou a apontar e mostrar as bobagens que o professor estava fazendo, e a explicar como aquela escola era só comercial.
E eu e o Nicolas educadamente perguntamos se ele entendia de Tae Kwon Do.
Isso foi a deixa para ele começar a digredir e nos dar uma aula bem ali no meio da rua.
Primeiro ele explicou que ele era especialista e professor desta arte marcial graças a um curso que ele fez no exército.
E daí ele mostrou como nós deveríamos fazer para nos defender (e nisso digo que ele estava literalmente fazendo as demonstrações no meio da rua e na gente, dando um exemplo de soco e/ou de chute que parava a 1 cm do meu rosto, do estômago do Nicolas, ou da virilha).
Percebemos claramente que o cara entendia muito bem daquilo que ele estava nos falando.
Mas aí, não sei bem como, ele foi falando sobre defesa pessoal e então ele começou a contar como ele se livrou de 11 árabes em Casablanca há uns 6 anos atrás, de uns 6 trombadinhas perto do porto em NY. Como ele já esteve na África lutando, na Guiana, Já esteve no Brasil visitando amigos, lutou na Guerra, conheceu soldados Ingleses, Alemães e sabe lá Deus do que mais.
Explicou sobre sua teoria como é muito mais difícil lutar contra 1 pessoa do que brigar com um grupo. Porque quando vc desarma uma pessoa do grupo todo o resto se desfaz e que quando o seu inimigo é uma pessoa só é mais complicado.
Falou sobre heroísmo e covardia na Guerra. Falou sobre força.
Sobre luta... e nesse meio tempo continuava a exemplificar e nomear as armas, os tipos de lutas, os países diferentes e todo o resto.
Pediu para eu empurrá-lo para ele me mostrar qual a melhor maneira deu me posicionar. E também mostrou como devemos usar nossa energia do corpo ao aplicar um soco ou qualquer outro golpe.
Ao falarmos que eramos brasileiros ele mencionou um monte de lugar e um monte de coisa do Rio de Janeiro.

Sim.

Absolutamente Surreal.

Eu e o Nicolas conversamos com o mestre do Chuck Norris.
O Jean Pierre Norris.

Brincadeiras a parte, a conversa foi muito interessante. (Apesar deu confessar que eu já estava cansada lá para o final e estava me sentindo em estado de sítio no meio de uma guerra cívil.)

Não sei dizer o quanto era verdade ou o quanto era mentira.
Só sei que o Senhor precisava desesperadamente desabafar sua raiva da escola de artes marciais comerciais, e falar um pouco sobre seus conhecimentos.
E era verdadeiro que o Senhor Pierre tinha muito conhecimento de arte marcial...

É isso.
É muito bom um dia simplesmente parar para ouvir o que um senhor desconhecido tem para nos dizer.
Faz a gente pensar no mundo.

Aí ele nos liberou.
Nós dois batemos uma continência (mentirinha).
E fomos para casa.

Saturday, October 8, 2011

Pessoas, músicos e comida.

Sexta-feira, ao fim das aulas e ensaios sobra tempo para viver em NY
Dia friozinho, mas de um sol e céu azul
Pessoas sentadas em todos os cantos aproveitando o tempo
Um pianista na praça
Um bando de gente (imitando) zumbi em volta da fonte na Washington Square por motivos que não sei dizer
Uma banda de Jazz na mesma praça um pouco ali ao lado
Meu corpo é quase possuído pelo Jazz e me seguro para não sair sapateando em frente à banda
Um violinista tocando Vivaldi no metrô
Fiz questão de dar um dindin
Mesmo não podendo contribuir com muito, eu só tinha moedas ontem
As vezes sinto que eu preciso contribuir com algo em troca das músicas divinas que escuto andando pela cidade
Passeio em Williamsburg, deja vu, mas agora os tempos são outros
Festa estranha com gente esquisita para todo lado
Um samurai (um japa com terno, chinelos samurais, rabo de cavalo e barbicha cumprida) no restaurante mexicano onde jantamos
Comida mexicana boa bonita e barata
Nada como se aprimorar na arte de se virar em NY
Um senhor andando na nossa frente caiu e rolou umas três voltas no chão e levantou com velocidade
E ele fez isso da forma mais dança contemporânea que eu já vi
E não se machucou
Promoção de Cupcakes na casa de todos os Deuses, a ButterLane
Barriguinha cheia é sinônimo de felicidade
Filmagem de Nurse Jack no East Village
Assistimos uma cena sendo filmada
Fomos expulsos do local por entravar a calçada
Andar na madrugada em NY
Ver a galera meio trilili e dar risada das pessoas
Chegar em casa e ir descansar feliz

Monday, October 3, 2011

Aperto dentro do peito

Por que tem dias que eu sinto mais saudades?
Por que as vezes eu acho que eu sou capaz de qualquer coisa que eu sonhar?
E as vezes eu sou tão medrosa e assustada?
Por que minha vida é tão abençoada e mesmo assim as vezes eu consigo ficar triste?
Por que a saudade dói?
Por que eu não consigo entender que o carinho basta, mesmo quando a distância é grande?
Por que as vezes não consigo segurar as lágrimas?
Por que o frio começou?
Por que eu não sou mais forte?
Por que eu não nasci com estrela na testa?
Por que eu quero tanto, sonho tão alto, e nada nunca é fácil para mim?
Será que algum dia eu vou entender as razões de se viver?
Por que umas coisas são de um jeito e outras não?
Acho que agora nem mais sentido nenhum estou fazendo.

Hoje é aniversário da minha mãe. A primeira pessoa que eu amei, desde quando eu estava dentro da barriga dela.
E hoje eu só queria poder abraçá-la, mas a distância não permite.
Também ando meio frustrada porque a Tisch é difícil. Às vezes eu sou muito forte e desencanada, mas de vez em quando me deixo abater pela tristeza e pela consciência das minhas enormes dificuldades e do caminho árduo que tenho pela frente querendo sobreviver de dança.

Saturday, October 1, 2011

Black and White

Tenho escrito pouco sobre minhas aulas, né?
É que anda tudo tão diferente do ano passado, meu horário é tão esquisito e eu ainda estou tentando me acostumar e a me organizar em relação a essa vida de dona-de-casa-bailarina-coreógrafa-estudante-esposa-artista e pessoa precisando sobreviver em NY.
Isso está sobrecarregando um pouco e eu estou escrevendo bem menos do que gostaria.
Enfim...
Tenho estudado um bocado sobre vídeodança e tenho aprendido a editar, coisa que descobri que amo fazer (apesar deu estar só engatinhando na arte de dominar o Final Cut Pro).
E então indicaram este vídeo que achei demais.
É longo viu...
Gostei muito do fato que a Dança foi criada para o palco, mas que houve uma preocupação cuidadosa em filmar a coreografia de forma a enfatizar os conceitos. Isso valorizando a estética proposta pelo coreógrafo.

... Ok... essa frase ficou meio cult chata crítica de dança...

O que quero dizer é que a edição do filme e a escolha das cenas é sintonizada com a iluminação e música. Colaborando assim, para uma total compreensão de uma Dança que deveria ser assistida no palco, mas que também se torna interessante em vídeo.



Passe Minancora

Para espinhas,
mordida de mosquito,
alergia,
roxos,
rachadura na parede,
problemas de pele em geral,
mau humor,
ou problemas de qualquer outra espécie:
passe Minancora!!!


...

Aquelas pessoas que são muito íntimas minha (mesmo) sabem que desde o início da eternidade eu sofro de um vício crônico pela pomada Minancora.
Se eu não passar minancora antes de dormir eu sofro um sério risco de ter um péssimo dia.
Mas por incrível que se pareça, eu nunca dormi com a cara lotada de minancora (o rosto fica branco) na frente do meu marido. Mas ele sempre soube que eu sou viciada nessa pomada.
E eu passo ela por qualquer motivo. As vezes simplesmente para minha sanidade mental.

Alguém já assistiu o filme "Casamento Grego"?
Se você não assistiu... assista. Muitas quotes excelentes saem daquele filme.
Para os leitores conhecedores da Toula sabem que existe um personagem - o pai da Toula - que é louco por Windex. Windex é um produto americano para limpar vidro. O pai da Toula passa o filme inteiro passando Windex em todas as coisas, menos no vidro. Simplesmente porque ele acha que Windex resolve qualquer problema. E no final da história a Toula está conversando com o marido dela e ele fala que passou Windex para tirar uma espinha que tinha surgido bem no dia do casamento deles...

Estou contanto isso porque aqui em casa foi mais ou menos assim...
Windex não funciona, mas minancora sim.

O Nicolas bateu a cabeça dele na nossa ("enorme") escada e fez um galo sangrento gigante na cabeça.

Quando cheguei em casa o garoto estava cheio de minancora na testa!

Não é que vícios se propagam???

Para galos na testa,
Passe minancora!!!



Propagandas antigas - Vintage advertisements

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