Thursday, December 30, 2010

E para o mundo:

E para o mundo:

(como não poderia deixar de ser...)

Eu desejo que as pessoas aprendam a respeitar as diferenças.
Que o ano se inicie sem nenhum desastre.
Que o mundo passe a ser mais de felicidade do que de sofrimento.

E acima de tudo...

World peace...

Tchauzinho pra vocês que eu vou transformar minha branquelice verde em uma bela de uma morenice camarão.

Indo tostar na praia (e pegar milhares de quilometros de congestionamento)

Até o ano que vem.

Resolução de ano novo

Por mais que todo mundo ache meio brega ou frustrante as tais resoluções de ano novo, eu adoro.
Como vocês já devem ter percebido eu adoro fazer listas.
Eu faço lista o tempo todo e adoro riscar os itens cumpridos.
Dá uma sensação de realização maravilhosa. ( E quando eu não faço dá uma culpa gigante)

Dei uma olhada nos meus desejos para 2010 e com grande felicidade posso dizer que consegui quase tudo. entrei na universidade que queria, dei um jeito de sobreviver em NY, arrumei professores substitutos para meus amados alunos e mantive-me feliz mesmo à distância.

Para este ano que entra vai na minha lista os dois itens que eu ainda não realizei e outros que tenho agora:

-Terminar o primeiro ano do mestrado com tudo em cima e sem nenhum machucado.
- Casar do jeito que for
- Levar o pacotinho para NY
- Começar o último ano com uma bolsa de GA.

Em um ano, espero poder riscar todos estes itens.

Mega-sena da virada

Caro papai do céu,

Se eu ganhar na mega-sena da virada eu...

... vou parar de mendigar por bolsa de estudos, vou pagar minha universidade e voltar a viver sem culpa.
... vou garantir que o Nicolas pode comprovar fundos para ir se juntar a mim em NY.
... vou finalizar a construção do centro do S. Acácio.
... vou pagar as dívidas de todo mundo da família.
... vou comprar um apartamento pequeno para mim e para o Nicolas.
... vou poder fazer uma festa de casamento.
... vou comprar um new Beatle amarelo para a Alana
...vou dividir tudo que sobrar e dar metade para a minha mãe (que irá guardar e gastar com cuidado) e a outra para meu pai ( que irá investir feito um maluco).
... não vou contar aqui no blog.

Para minha leitora n° 1

Antes de ontem foi o aniversário da Alana.
Minha melhor amiga e irmã que a vida me deu.
Parceira de ideal.
Sintonia.
Transmimento de pensassão!!

Difícil escrever (ainda por cima quando estou atrasada para viajar para a praia...com a dita cuja), mas não vou deixar o ano virar sem escrever aqui...

Xu
mm
bb

Estarei sempre ao seu lado, caminhando e vendo você fazer o mundo mais feliz.
Quero te ver cuidando das criançinhas do mundo.
Espalhando o seu sorriso, suas cores e sua poesia.
Quando você chorar, quero ver você limpar as lágrimas e mostrar mais uma vez o que é ser um exemplo.
Quero ouvir você falar sem parar, porque você já fala sem parar mesmo.
E eu nunca canso de ouvir e o assunto nunca acaba.
Quero estar ao seu lado quando você brigar para defender o que é justo.
Quero que você esteja sempre rodeada por aqueles que te amam.
Quero que você seja feliz.

Feliz aniversário.

E daqui até o infinito.

Maria mole

Venho por meio desta dar uma satisfação aos meus leitores do blog:
(vocês ainda existem?)

Após uma viagem tranquila NY-BR eu cheguei em casa e entrei em estado de maria mole.
Fugi dos meios de comunicação, abandonei a internet e ignorei completamente a existência do meu celular brasileiro.
Tentei curtir ao máximo a família e os próximos, mas confesso que andei num pique lesma. Culpa da ressaca dos 4 meses em NY trabalhando, estudando e não dormindo muito.

Mas estava me sentindo muito culpada... e os post lotam a minha mente.
Até me irrita.
Então eis eu aqui de novo.

Friday, December 17, 2010

Casa.



Indo para casa.

A arrumação de mala não acaba nunca.

Estou deixando minhas coisas espalhadas pelo mundo. Literalmente.

Vou sair as 3:40 daqui. Pego o avião as 7:30 am. E as 8:30 daí eu chego.

Em 17 horas eu piso na minha terra.

Adoro avião.

Thursday, December 16, 2010

Obrigada


No dia que cheguei aqui e escrevi meu primeiro post, lembro de ter dito que nunca me senti tão querida como nesta fase de despedida...
E agora que estou voltando, e que o primeiro semestre do mestrado acabou, eu posso repetir cheia de gratidão: nunca me senti tão querida...

Quem me conhece a fundo sabe que eu não sou lá muito fã dos meus aniversários. Sempre acabo meio mau-humorada.
E hoje - no meu aniversário - é que eu tenho mais certeza de que posso fechar meus olhos, sorrir, e agradecer por tudo, por cada parte da minha vida.

Obrigada pelos amigos.
Para nós não tem distância.
Obrigada pelas oportunidades.
E obrigada pelas dificuldades que me permitem virar uma pessoa melhor.

Preciso falar que chorei com as mensagens de aniversário?
(As vezes eu tenho impressão que eu escrevo que só choro)
Mas me diz se tem coisa melhor do que chorar de felicidade? Do que chorar de gratidão?
Existe coisa melhor do que ser amada e amar intensamente de volta?

Acho que amo muita gente.
E estou animada para poder dizer pessoalmente para cada um destes como e porque eles estão no meu peito em cada lugar que vou.

Eu nunca passei um aniversário tão feliz e tão cheio de gente.
Porque estão todos bem aqui. Sempre.

Obrigada.

(E escrevendo isso a manteiga aqui se debulha em lágrimas...)

Meu aniversário


Queria ter podido ecrever mais nos últimos dias, mas eu estava tão enlouquecida de trabalhos finais e provas que não pude dividir mais desses meus pensamentos desconexos por aqui.

Mas hoje acabou um quarto do meu curso aqui. Estou aliviada de ter dado tudo que eu podia (Acho que eu sou uma das únicas pessoas com zero faltas em todas as aulas e ensaios!). E feliz e triste que passou tão rápido.

Meu presentão de aniversário foi o exame final de música... Estudei muito (de ontem para hoje... mas estudei- fora o que eu já havia estudado no resto do semestre) e tentei me preparar para o que viesse. (Porque afinal é o meu querido professor tirano de música). Mas eu nunca ia imaginar que seriam seis páginas de perguntas de TODOS os detalhes, e literalmente definições de todos os termos. Nerd que sou, escrevi uma bíblia na prova.

O professor passava ao meu lado e me perguntava se eu ia acabar a prova antes de Maio...
Eu falei que eu ia, mas que eu ia demorar muito. E quem mandou ele fazer 6 páginas de perguntas. Eu disse a ele que ele vai ter umas férias divertidas corrigindo minha prova. E também a-v-i-s-e-i ele que como era meu aniversário, eu queria um A de presente...

O horário da prova era das 11-1. Ele ficou esperando até as 2, e depois teve que ir embora. Aí eu e mais 3 gatos pingados fomos para a secretaria acabar a prova... moral da história, fiquei fazendo uma prova durante 4 hs! (Mas eu que não ia querer ser o professor que vai ter que desvendar minha letra minúscula cursiva a lápis).

Minhas amigas do mestrado esperaram heroicamente eu terminar de fazer a prova e então almoçamos comida indiana. Os dois indianos malucos do restaurante - Taj Mahal - apagaram as luzes do restaurante, acenderam uma iluminação colorida anos 80 (que não tinha nada a ver com o restaurante), trouxeram as sobremesas com velinhas acesas, e ligaram uma música indiana peculiar bem alto. Minhas amigas cantaram um Happy Birthday afinado e eu fiquei com aquela cara que a gente fica quando cantam parabéns pra gente ( cara de nu com a mão no bolso).

Sempre quis fazer aniversário no meio da época de escola para poder ver gente, ganhar abraços... E agora, ficando velha, no meu quarto aniversário de 21 anos, eu tenho um aniversário com uma mesa cheia. Já tenho muitas pessoas queridas por aqui também...

Feliz.

E daqui a pouco tem a comemoração natalina aqui do convento. Que está lindo de tão enfeitado.
Acho que vão cantar parabéns para os aniversariantes do mês.

Festinha pra todo lado.


Saturday, December 11, 2010

Drop natalino/Christmas nonsense.


Estou viciada nos especiais de Natal do Starbucks!
Adoro as coisas com sabor menta. Hot Chocolate peppermint e Peppermint white chocolate Mocha. Eggnog Latte...
Não tem nada mais New Yorker do que trocar a janta por um giant hot chocolate.

Todo mundo sabe que eu amo Natal. ( E se não sabe ficou sabendo agora)
Adoro as luzes.
As árvores.
As histórias.
As músicas.
Amo família reúnida.
Amo o real significado.
(Mas acho a correria por presentes exagero consumista)

No Brasil, de uma escala 0 a 10, as pessoas vão ao grau 6 de loucura no Natal.
Aqui, nesta mesma escala... as pessoas vão ao grau 12.
Todas as lojas que eu entro (de starbucks, a sephora, ou mercado) estão tocando músicas natalinas. Há versões pops de tds as músicas de natal que eu já ouvi.
E os músicos de rua também entraram no clima. Ontem três Mariachis entraram no metrô LOTADO, foram cutuvelando todo mundo e cantando uma versão mexicana que dizia Feliz natale...

Hoje cai na besteira de tentar encontrar uma agulha no palheiro (uns amigos) no Rockfeller Center.
Doce ilusão.
Tinha tanta muvuca que achei que estavam distribuindo ipads free.
Mas o pior (e um tanto quanto hilário) foi o número de pessoas vestidas de papai noel pela rua... E não eram pessoas de promoções, ou lojas, e sim gente normal (homem, mulher, genéricos, de todas as idades) com traje completo do bom velhinho.
E um certo número destes papais noeis, eu desconfio, estavam meio trililis.
Essa cidade é louca.

Sobre o Tempo



O tempo muda todo dia.
As vezes ele congela por alguns minutos, e de repente começa a passar tão rápido que você mal consegue se segurar nos segundos.
O tempo de relógio é quadrado.
Mas a maneira como sentimos o tempo não é.
Falta uma semana para eu ver minha família.
E justo agora o tempo resolveu parar.
E eu que achava que não ia ter tempo para dar conta de tudo que tenho que fazer, me dou conta que pela primeira vez tenha um fim de semana inteiro. E é tempo suficiente.
Eu acho.

Friday, December 10, 2010

Carol: the Ninja

So para dizer que hoje eu consegui fazer meu primeiro prato quente aqui.
Comprei um macarroni and cheese (vulgo miojo) e usei a panela elétrica que ganhei de presente.
A agua demorou exatas duas horas para esquentar (e sequer ferveu). Com fome cansada e desistindo de me alimentar, joguei o macarrão e rezei para funcionar.
Joguei o po suspeito no macarrão semi cozido. Ficou laranja, mas ate que funcionou.
E consegui baixar um filme para assistir.
To me sentindo ninja.

So falta eu descobrir como colocar acento neste computador para eu ficar igual ao Sr Miyagi.

Tuesday, December 7, 2010

Drops da Tisch Gala.

Ontem na Tisch Gala pude ver muitos big names de pertinho. Billy Crystal, Whoopi Goldberg, Robin Williams, James Franco, etc. A Gala foi em homenagem ao Billy, com o objetivo de arrecadar dinheiro para a restauração do prédio do meu curso e para bolsas de estudos.

....

Olha a diferença com o Brasil: há 25 anos que a Unicamp tem curso de dança e teatro sem um teatro (ou ao menos salas decentes); enquanto a NYU promove uma gala com números de artes e alunos da Tisch ilustres, com ingressos caríssimos... E arrecada 2 milhões de dólares de uma vezada só. Pois é. Dados que a diretora da Tisch apresentou na Gala. Americanos são bons nessa estrutura de mecias da arte. Quem tem dinheiro investe em arte, dá status...

(Observação: não tem nem sentido comparar a NYU e a Unicamp em termos de universidade. Eu sou filha das duas igualmente. Mas a minha crítica em termos de Brasil se refere a forma como a sociedade se relaciona com "produtos" artísticos. Aqui, trabalhar em arte tem perspectiva. Há possibilidades e possibilidades. No Brasil é uma guerrilha. O governo ignora e praticamente não existe iniciativa privada.) Vide o fato que eu sou uma das únicas brasileiras a ter entrado neste curso, sou a única representante da américa latina neste mestrado e tenho implorado por bolsas no Brasil, mas parece que o que eu faço não é importante. Preciso de ajuda e cadê? (momento chorando as pitangas-ignorem!)
Tem tanta gente tão talentosa no nosso país. E se o Brasil valorizasse mais trabalhos artísticos queria ver aonde íamos parar...

...

Enfim...voltando ao assunto:
Além de ter sido uma honra ter ido, foi muito interessante poder observar e ver como funciona toda a estrutura de um evento como este (tipo Oscar, Grammy, etc.).
Me diverti olhando para o prompter gigante no fundo da platéia, que guiava os oradores. Eu sentei no terceiro andar (consegui um dos poucos ingressos de estudantes por preço de banana), mas a visão era boa tanto para o palco quanto para ver os ilustres na platéia de honra.

Também fiquei boquiaberta com a quantidade de gente talentosa (e famosa) que saiu da Tisch. Parece que o Billy teve aula no prédio em que eu faço aula agora. E ele estudou com o Martin Scorsese, que o ensinou a editar numa moviola. Surreal. E o James Franco (o ator que faz o melhor amigo do Homem-Aranha) está atualmente fazendo Tisch, entre um filme e outro.

Foi fascinante ouvir histórias. O prédio em que estou todos os dias fazendo plié, o 111 Second Ave, foi muitas coisas. Inclusive um local onde o pai do Billy Crystal, um produtor musical, organizava um clube de Jazz - o club Central Plaza- onde nasceram grandes nomes do jazz americano.

....

E os números musicais então? Quando penso na imitação barata que nós brasileiros tentamos fazer desta estrutura de musicais americanos eu fico até com coceira.
Não estou de forma alguma depreciando os artistas desta área da dança no Brasil, pois eu me incluo ali. Já dancei vários trechos de musicais e recentemente fiz uma remontagem do All that Jazz (que tive o prazer de desfrutar via youtube!!!).

Quando digo imitação barata é porque a qualidade aqui neste tipo de trabalho é absolutamente fora do normal. São muitos anos de tradição fazendo. Enquanto no Brasil há pouco tempo que estamos copiando. Então as nossas habilidades nestas superproduções que aliam canto, dança e teatro é muito pequena... ainda. Mas tem muita gente investindo e tenho certeza que vamos descobrir a nossa maneira de fazer espetáculos "musicais".

....

Mas no final das contas eu escrevi tudo isso porque queria mesmo era que meu pai tivesse ido comigo... Pois só vendo uma pessoa ao vivo, falando, você já consegue ter a noção de como ela é, não é mesmo? E meu pai sempre adorou o Billy Crystal, enquanto eu sempre achei que ele fosse um comediante mala. Mas eu me provei errada e fiquei encantada com a história de vida deste ator.

Enfim. É isso.




Minha vida e os ratos.


Os ratos estão me perseguindo.
Cada vez mais eu entendo minha tia que tem pavor de ratos.
Eles fazem um barulhinho engraçado, agudinho e gritado.

-Rato número 1 do dia: tem um rato solto no convento. Não vi, mas corre o boato que ele é enorme e ninguém conseguiu achar o bicho.
-Rato número 2: tem muitos lixos na rua (NY não é tão glamurosa como aparece nos filmes) e eu sempre passo meio apreensiva do lado destes lixos nas calçadas. Então o que me acontece? Voltando para casa eu estou passando do lado de algumas destas latas de lixo e escuto um barulho tipo "whick whick"... instintivamente eu olhei para o som e lá esta o rabinho cinza e as patinhas traseiras do bicho tentando cavucar o lixo.
-Rato número 3 (ou talvez o fantasma do rato número 1): tendo em mente que há um rato solto no convento eu começo a ficar esperando ver o bicho por qualquer lado. Saindo pelas tubulações, saindo pelo elevador velho e barulhento na hora que eu abro a porta, ou então caindo do meu teto através dos canos aparentes...

Ou seja: estou ficando maluca.
Bom, maluca sempre fui... mas agora eu tenho uma relação toda especial com os ratos.
Acho que vou mudar o nome do meu blog para "Minha vida e os ratos".
Será que dá mais ibope?


Hoje acordei flores.
E ontem cristais gelados cairam do céu.




Sunday, December 5, 2010

Dia a dia. Desafios e conquistas.

Acho que as vezes só conto o desespero, os medos, os desafios.
E esqueço de escrever sobre as conquistas:

Eu saio do metrô e sei onde está o céu, e onde devo ir pra atingir meu destino.
Eu consigo achar um almoço saudável por U$3,50.
Eu nunca me senti mais em casa.
A língua não me assusta, as conversas são fáceis.
A escrita me descabela, mas não morro mais de falta do Português.
E quando eu sinto falta eu canto.

E por falar em canto, essa universidade continua quebrando minhas barreiras.
Ou melhor, eu cada vez mais me dasafio.
Estou criando: danço e canto de cabeça para baixo. Só o começo de mais um processo criativo.
Sempre feliz neste lugar.
Os bailarinos talentosos me motivam a crescer.
Não me intimidam porque eu sei que cada um no mundo tem algo a oferecer que é único.
E eu não poderia ser diferente.
Satisfeita de finalmente entender isso.

Preparando mais trabalhos para o próximo semestre.
Como esse meu curso é só dois anos, preciso dar conta de fazer tudo que eu puder imaginar:

Um duo com a Cecilia. Eu canto. Ela fala em Mandarim e eu respondo em Português. A gente dança.
Fui convidada para dançar em mais dois trabalhos de amigas do MFA.
E vou coreografar um trabalho para oito mulheres. Só MFAs desta vez, todas absolutamente diferentes. Praticamente 8 solos que se cruzam na minha mente.
E todos estes trabalhos serão apresentados no MFA1 Concert, em Fevereiro.
Depois da volta às aulas eu tenho 1 mês para dar conta de coreografar 2 trabalhos e estar dançando em 3.
Corpinho querido: aguenta.

Mas tudo isso sem parar a vida normal, com aula das 8am-8pm.
Aula extra de lighting design aos sábados.
Criação de um solo para a disciplina de composition.
E ensaios para CC&D...

A aula de CC&D foi um dos motivos para eu vir fazer esse mestrado aqui.
Nesta aula, durante o primeiro semestre, foram abordados diversos aspectos da composição e criação em Dança.
Basicamente aprender a julgar menos e a jogar.
A colocar texto e movimento em sintonia, numa forma que eu nunca havia pensado ser capaz de fazer.
Tarefas malucas e aparentemente impossíveis, que sempre resultam em algo.
5 minutos, escolho 7 bailarinos, monto uma coreografia, e apresento para o resto da classe.
Foi mais ou menos por aí esse meu curso.
Mas o próximo semestre que é o grande astro.

Fomos divididos em grupos, de acordo com nossos interesses.
Cada parceria vai criar um trabalho em colaboração com uma equipe de cenário, uma de iluminação, outra de figurino, e é claro, com uma equipe de músicos.
E todos em função da dança.
Basicamente podemos fazer o que quisermos. (Desde que não coloquemos fogo no teatro.)
Pois temos orçamento da disciplina para inventarmos o espetáculo mais mirabolante que for.
Estou muito animada, porque tem bailarinos voando na minha mente.
Criei coragem e convidei bailarinos maravilhosos, inclusive a melhor bailarina que já vi ao vivo.
Ida Saki. Ela está no 1o ano, mas tem companhias guerreando por ela. É a garota do "So you think you can Dance?" que desistiu do reality show para vir fazer a graduação na NYU.
Ainda estamos esperando a resposta, mas acho que vai ser sim.
De qualquer forma já temos um elenco que por si só já é incrível.

E fui convidada para dançar no trabalho de CC&D da equipe de minhas colegas de MFA formada pela Cecilia (que achei que a esse ponto já estaria de saco cheio de trabalhar comigo e iria querer alguém novo) e da Suzanne Beahrs, que na minha opinião é a coreógrafa mais talentosa do meu curso. Ou seja: big pressure.

C´est la vie.

E assim vou.
E espero que o trabalho não pare nunca.

Saturday, December 4, 2010

Árvores e nuvens.

Eu e a outra do meu noivo fomos dar uma volta e o resultado foi bem interessante:



Skyline.
Se me perguntarem qual é a coisa da natureza que eu mais gosto eu dou a resposta rapidinho: nuvem!
Escrevi outro dia que queria pular de nuvem em nuvem.
Pois é verdade, imagina você poder voar e esticar sua mão nesse algodão doce no meio do azul?




As folhas já cairam e as árvores estão secas.
O frio entra por dentro do casaco, a bochecha fica vermelha e minha orelha congela.
Mas nunca me canso de andar no Central Park.



Você já abraçou uma árvore?
Quando eu olho para uma eu me pergunto até onde vai a raíz?
Se eu abraçar seu tronco ela vai me deixar mais feliz?
O que será que cada uma delas já viu?
Como elas sobrevivem a esse frio sem um casaco?

Mas tem sempre umas mais resistentes que se recusam a abater tão cedo.
Amarelo, laranja e verde.




Ai minha NY... Posso te chamar de minha?
Meu lugar favorito no mundo.
Quer dizer, meu segundo lugar favorito no mundo.
Meu lugar favorito é onde meus amados se encontram.


E esse esquilo?
Parado tomando sol na barriga branca, numa pretensa imobilidade. Até que eu cheguei muito perto e ele num súbito ataque de adrenalina, ligou no 220 e saiu correndo.



E por mais que eu vá ao Central Park, tem um monte de coisas lá que eu ainda não vi.
Hoje finalmente achei o Strawberry Fields.

Imagine.

Monday, November 29, 2010

Cottage cheese, passas e billy crystal

Avisa aí no brasil que embora eu ame cottage cheese e uvas passas, eu quero passar um mês inteiro longe destes dois produtos alimentícios.

Freirinhas prepararam macarrão sem graça: coloco cottage cheese e fica ótimo...
Saladinha básica sem nada: jogo passas e fechou...
Todo dia incremento minha comida com cottage cheese e uvas passas, e quando dá compro um gorgonzola ou um tomate para ajudar. Mas chega né?
Quero suflê de chuchu, brigadeiro, suco de maracujá (desperadamente), pudim, sorvete de pistache, e comida japonesa. Não necessariamente nessa ordem.

E Billy Crystal porque eu consegui ingresso para a Tisch Gala Performance na segunda que vem, que é em homenagem ao Billy...

Os ex-alunos ilustres da minha escolhinha que estão agendados para aparecer são: Lindsay Crystal '99, Seán Curran '84, James Franco '11, Whoopi Goldberg, Marcia Gay Harden '88, Isaiah Johnson '10, Jesse L. Martin '91, Paul Shaffer, Robin Williams...

Eu queria poder levar meu pai comigo porque ele adora o Billy Crystal! É por ele que eu vou..

http://support.tisch.nyu.edu/object/gala2010.html

micro drop


E nessa historinha quatro dias se passaram.
O único feriado decente destes americanos acabou.
E eu não escrevi o meu paper/crítica sobre uma trabalho de dança, sob a perspectiva de tempo. Nem preparei background para a minha persona Russian Sonia.
Nem estudei música.

Sentimento de culpa: 4
Grau de procrastinação: 9
Nível de sofrimento que se aproxima: 10

Sunday, November 28, 2010

Eu cantando:

Quero lhe contar como eu vivi e tudo que aconteceu comigo.

Viver é melhor do que sonhar

(mas sem sonho não há vida)

Pra nós, que somos jovens.

Digo que estou encantada, como numa nova invenção.

Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar para o sertão.

(Posso mesmo ficar nesta cidade?)

Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração.

Ainda somos os mesmos e vivemos.

(Eu ainda sou a mesma, mas não. E vivo.)

Você pode até dizer que eu to por fora, ou então que eu to inventando.

Mas é você que não vê.

Contando vil metal.

Minha dor é perceber.

Tudo, tudo, tudo.

aaaaaaaaaaaaaaisssss.

........

E eu dividi o meu dia entre Elis e Chico.



.......

Vendo a banda passar.

Morreu na construção atrapalhando o sábado.

Gira mundo roda gigante.

.....

Entendeu?

Não precisa.

Céus





Cada dia um novo tom.
O tempo voa.
Ai se eu pudesse voar também.
Eu pularia de nuvem em nuvem.
E nunca me cansaria de ver o sol nascer.

Friday, November 26, 2010

I miss this someone.





Na aula de Contemporâneo, há umas três semanas atrás, a professora passou um exercício de equilíbrio - na meia ponta, numa perna só.
Eu estava no meu spot na primeira fileira no centro, de frente para o espelho, me concentrando para deixar meu corpo estável e sustentar a posição.
Aí o Haik (o músico) que estava tocando uma cadência ligeiramente familiar e a repetindo, começa a brincar com a música e a transforma numa brilhante variação de Clocks do Coldplay.

No meio da sala cheia de bailarinos meu peito dispara, meu coração aperta. Perco o equilíbrio.
Seguro as lágrimas, mas vejo no reflexo do espelho que meu nariz ficou vermelho e não esconde minha emoção.

Um drop? Holiday.

Tadinho do meu blog abandonadinho...
Agradeço aos resistentes que ainda olham aqui e esperam minhas atualizações sobre NY...
Sorry que eu nunca mais escrevi um drop engraçado...
Acho que a correria bloqueou minha escrita problemática!

Então vamos lá...

Antes deu voltar para o Brasil vamos a uma retrospectiva cabalística dos meus últimos dias:


- Chegando em casa na última quarta vi um cachorro revirando o lixão dos prédios que fica do lado do convento... cachorro? com aquele rabo? Não. Era um rato ultra mega plus blaster gigante e gordo. Nojento com toda a força da nojeira.
Congelei e tive um ataque de frescura na calçada dando pulinhos sem sair do lugar. O rato, percebendo um distúrbio na força, saiu correndo, cruzando a minha calçada, atravessando a rua e indo para a construção em frente ao convento.
Ill..


-Eu amo música. E os músicos. Inclusive meu professor ditador de música, porque agora eu sei fazer análise de partituras.

-Tem um músico acompanhador da aula de balé que é surtado: começa o plié tocando a quinta de Beethoven... E outro dia ele tocou o hino brasileiro, acelerando a música loucamente, no grand battement! Emocionante e hilário. Mas não pude fazer o comentário para ninguém... e ninguém se emocionou como eu ao ouvir essa música na aula. =(

- (E por falar em Beethoven descobri que faço aniversário no mesmo dia que ele. Me senti um tantinho mais especial agora.)

- Só que meu aniversário vem aí e ele vai ser super emocionante... NOT!
É o dia do meu exame final de música, e terei que fazer análises de todas as partituras que estudamos, mais prova prática de ritmos, conteúdos da história da música e dos gêneros musicais... Oh God!


-Mas em compensação fiz um outro amigo músico, o Hayk, que toca acompanhando apenas as melhores aulas. Ele é romeno e tem dado aula para os alunos do 2o ano do mestrado sobre colaboração entre música e dança. Ele sabe que eu sou brasileira e apaixonada por música. Então, de vez em quando, ele toca Tico Tico no Fubá para os Allegros de balé da professora Cherylyn Lavagnino... E eu quase fui a loucura quando ele tocou Garota de Ipanema na minha aula de Contemporâneo.

-São nestes momentos que eu mando a cautela para as cucuias e começo a cantar em Português (na frente das outras pessoas). (Aí eu fico uma torta, e erro todos os exercícios porque eu presto mais atenção na música). E, então, tento ensinar os gringolândeos a sambar...

- Fui passar o Thanksgiving na casa de uma amiga e sua família, que mora em Princeton Junction em New Jersey. (Sim, a cidade é do lado da famosa universidade Princeton. Por isso que tem esse nome.)

-Quem acompanha meu twitter viu ao vivo a novela direto dos meus tweets by celular que:
eu me perdi feito uma louca na Penn Station;
eu demorei séculos na fila para comprar meu ingresso;
eu comprei ingresso de uma máquina num sistema completamente automatizado e sem a presença de nenhum funcionário;
eu fui até a plataforma e entrei no trem sem ter certeza que estava no trem certo e sem mostrar meu ticket para ninguém.
Só lá depois de meia hora no trem apareceu alguém pedindo meu bilhete e me confirmando que eu estava no lugar certo...

-Tive um jantar de Thanksgiving super bacana (comi comida de verdade!!!) com uma família americana mega tradicional, e absolutamente normal e feliz.

- Black Friday: é o dia da maior liquidação em todas as lojas americanas. Segundo uns é o cúmulo do consumismo e para outros é a meca da barganha... Tem lojas que abrem as quatro da manhã com promoções especiais para os primeiros 10 clientes da loja.
No ano passado uma pessoa morreu pisoteada na correria para entrar numa destas grandes lojas durante a madrugada.
This is America too.

- Mas a Black Friday foi um problema...
Meu bichinho consumista nocateou meu monstrão faquir.
De 0 a 10 meu sentimento de culpa é 2. De 0 a 10 meu sentimento de felicidade consumista é... 10. Ha.

Listas


Ainda falta...

...andar no parque a beira do rio Hudson
...nevar
...ir pra balada
...ir no zoo do Bronx
... assistir um musical (Billy Elliot, Mamma Mia, Chicago, Rei Leão ou Wicked?)
... assistir o New York City Ballet (já comprei meu ingresso para o dia 8/12)
...sobreviver ao exame de música e à apresentação do Dance Seminar
...comprar tudo que todo mundo tá me encomendando
...ver árvore de Natal do Rockfeller Center ser acesa nesta terça
...chorar toda vez que eu entrar numa loja enfeitada tocando musica de natal (esse item tenho feito, mas continuarei a me emocionar com as luzes que se acendem e iluminam a cidade)
...fazer uma aula de sapateado (amanhã resolvo isso!)
...dançar mais e mais, nunca parar de estudar e crescer. (E quem sabe no meio deste processo ganhar uma bolsa de estudos e um bom emprego... está me ouvindo, cara aí de cima?)


Preciso de...

...dormir por duas semanas
...tomar suco de maracujá
... comer pão francês quentinho com manteiga
...comer queijo minas
...tomar sol
... Natal em família
... comer comida japonesa com minhas (ex)alunas (Klara, Júlia e Ani que sempre me motivam a escrever...obrigada pelos comentários meninas!)
...namorido gordinho e quentinho
...mm
...meus irmãos
... Hopi fedida fazendo festa quando eu chego em casa (os dois primeiros e únicos sonhos realistas que tive por aqui foram com a Hopi, e em ambos acordei chorando de saudades, sentindo a nítida presença que minha querida cachorrinha passou a noite dormindo entre meus braços).

Preciso do Brasil agora, mas gostaria de levar NY no meu bolso.

Thursday, November 25, 2010

Que Brasil é esse?


Triste com meu país.
Eu aqui, no Thanksgiving, com uma família americana, sou perguntada:
Como são os policiais no seu país?
Como é a política?
E eu não tenho vergonha de dizer, mas a resposta dói.
Dói assumir a pobreza moral e ética em que o Brasil se encontra.

Limpeza?

Para a copa?

Não justifica assassinato.

Não é possível, meu Deus, que tenha outro jeito?

Wednesday, November 17, 2010

Rápido e rasteiro...


(Ashleigh e Hiroki no meu último trabalho).


Rápido e rasteiro só para manter esse negócio aqui atualizado.
Tantas coisas acontecendo que não há tempo de relatar tudo direito.
Lembram quando eu choraminguei aqui que eu ia apresentar um solo na frente de todos os alunos e dos professores, na 1a student meeting do semestre?
Como os nossos padrões se dissipam rapidamente quando a gente se dispõe a mudar e melhorar!
Sempre tive pavor de atuar, mas agora tenho paixão por trabalhar no meu monólogo que vivo apresentando em classe. (Em breve escreverei um post só sobre ele)
E hoje novamente, mais uma student meeting, não só apresentei mais um solo, como o meu solo tem fala enquanto danço.
Como diria a Cássia Navas: quebrando paradigmas.

Estas últimas três semanas foram tão malucas, uma apresentação atrás da outra.
No showing 2 teve a estréia do meu trabalho, que deu super certo.
Antes ninguém sabia quem eu era, mas a partir do meu trabalho as pessoas passaram a me parar no elevador para conversar sobre minha coreografia. E desde então várias amigas de mestrado vieram me pedir para estar no meu próximo trabalho! Uma honra, e o maior elogio que eu poderia receber.
No showing 3 dancei pela primeira vez naquele palco maravilhoso. Dançei um tango de uma amiga. Ensaiei feito uma louca durante a semana passada, mal tendo tempo para respirar. E arrumei um problema no joelho como resultante...
E nesta semana tem a apresentação dos trabalhos dos professores. Estou na coreografia da Deborah Jowitt. A grande estréia é amanhã...

....

Mas o pior de tudo são sempre os trabalhos do meu querido professor ditador de música. Uma análise musical para amanhã, sem nenhuma revisão do meu inglês. To frita.
Não tive tempo de fazer antes (tive duas semanas para fazer... mas foi simplesmente impossível antes com tantos ensaios) então após o ensaio geral de hoje sai correndo para chegar em casa cedo e poder terminar este treco.

Eram 8:20. Entrei no metrô e pela primeira vez dei de cara com um rato. Sim. vocês já sabem que eu já vi ratos antes, mas este era enorme e estava no meu caminho, descendo a escada para a plataforma ( e o rato subindo em minha direção). Tive um piti de nojo e o rato saiu da minha frente. Mas ele tava ali do meu lado na plataforma.

Devia ter percebido que havia um mal sinal... Peguei o metrô e antes da primeira estação tive um insight divino de mexer na minha mochila. Tinha esquecido o cabo do meu lap no armário, o que significava que eu não ia conseguir escrever meu trabalho de música.

Sem pensar duas vezes, saí do metrô e esperei um outro trem voltar. Voltei para a universidade peguei o cabo e fui novamente para o metrô.
Moral da história, cheguei só as 9:45 em casa.

E quando o mundo está perdido mesmo é melhor sentar na graxa com gosto.
Então eu passei no starbucks e injetei cafeína na veia para me preparar para virar minha madrugada analizando Bach.

E já que ainda tenho 6 horas antes do horário de ir para a facul, achei que dava para chutar o balde e escrever aqui.

Amanhã conto se sobrevivi.

Saturday, November 13, 2010

Mais sobre o museu...


Respondendo às perguntas sobre o museu:

Sim tinha um Pollock lindo-maravilhoso atrás de mim.
De todas as obras da parte modernista aquele quadro do Pollock foi um dos que mais me impressionou. É gigante. Dá uma impressão de ordem no chaos...

E o quadro da moça do brinco de pérola, é um quadro pequeninho e sem vergonha, quase passei reto por ele. Ainda bem que sou atenta. Não tem distância nenhuma do quadro. Ele está pendurado numa parede. Se você for alguém maluco você pode tentar por o dedão no brinco da moça. Mas acredito que se você fizer isso agentes do FBI vão surgir do teto mais rápido do que você pode dizer "ops".

E aquela foto com meu reflexo quadriculado é de uma obra que também está na parte contemporânea. Segue mais algumas fotos desta área.







Friday, November 12, 2010

Estudar dança fora do Brasil...

"" Alerta de post mega gigante""

Oi queridos amigos,

Sei que quem entra aqui para ler esse meu blog muito nada a ver é na maioria família e amigos. Mas imagino que pelo fato de eu estar fazendo mestrado em Dança na NYU algumas pessoas da área entram aqui curiosas para saber como eu vim parar aqui.
Estes dias recebi uma mensagem de uma colega da UNICAMP com várias questões e resolvi abrir as respostas aqui para ela e para quem mais interessar.
Afinal de contas conhecimento é para ser passado!!!
E este caminho vale para gente não só da dança, mas de outras áreas que estejam querendo estudar fora do Brasil.

1. Como foi a seleção? Foi dificil? Vc teve que fazer o teste aí ou por vídeo?

A seleção foi acima de tudo trabalhosa. O processo de inscrição numa universidade americana é bem diferente do Brasil então tive que me organizar e ler os sites milhões de vezes até entender cada detalhe que tinha que cumprir para conseguir ser aceita. Começei a me inscrever em Ago/Set 2009 e terminei de mandar o último material que me pediram só no final de Janeiro. E cada universidade tem um processo de inscrição ligeiramente diferente. O segredo é ler, ler e reler os requerimentos e fuçar no site da universidade que você tem em mente.

(Sempre siga os passos da inscrição do site. O que estou escrevendo aqui é mero relato do meu caso.)

O primeiro passo é preencher uma inscrição gigantesca online e pagar taxas (sempre muitas taxas!). Nesta inscrição online (que é bem mais complexa do que um formulário comum) você preenche desde dados pessoais até perguntas mirabolantes ("vc tem algum histórico criminal? Explique"). E junto a esta incrição você precisa conseguir cartas de recomendação (em inglês) de 2 a 4 professores, dependendo da universidade. Outro item que deve ser anexado a inscrição online são o currículo e uma carta de intenção. Dependendo da universidade, podem pedir também uma mostra de trabalho escrito e respostas para questões específicas (Quem são os coreógrafos/artistas que vc mais admira e por que? Quais são seus objetivos artísticos? etc.)

Junto a isso tive que enviar uma cópia autenticada do meu diploma e histórico escolar, além de tradução juramentada de cada um destes itens.

Para a NYU esta é a primeira fase - a de admissão na universidade como um todo.
Em dezembro recebi a resposta que a universidade tinha me considerado apta e então recebi informações do material restante que teria que enviar para a escola específica da NYU, na qual tinha me inscrito - a Tisch School of Arts.

Para a Tisch tive que enviar foto, currículo e vídeo. Sendo o requerimento do conteúdo do vídeo :15 minutos de barra + adagio no centro de balé; exercícios de contemporâneo e solo. Totalizando no máximo 25 minutos de vídeo. (Para cada departamento é diferente. Por exemplo: alguém que queira entrar no departamento de roteiro da Tisch tem que mandar proposta de roteiro, etc.)

Depois desta parte vem o limbo, onde você bate a cabeça na parede e espera a resposta da universidade. Recebi um e-mail sem vergonha numa quarta-feira à tarde dizendo: Congratulations! you have been admitted at Tisch. E em seguida veio uma novela muito pior para conseguir a papelada e o visto...

Vale a pena lembrar que se inscrever numa universidade no exterior é trabalhoso e exige um investimento inicial. São várias pequenas coisinhas que fazem essa inscrição super trabalhosa: desde achar um tradutor juramentado (e pagar a tradução), ir no cartório autenticar papelada, ir milhões de vezes até a UPS, editar o vídeo, traduzir seu currículo para inglês, escrever autobiografia em inglês, etc.
Eu tive ajuda da minha (fada) madrinha com as correções e traduções para o inglês, mas mesmo assim fiquei com os cabelos brancos de tanto escrever em inglês.


2-Vc pensou em outras faculdades, tipo Boulder em Colorado?

Eu me inscrevi em quatro universidades (por ordem de interesse): NYU, Calarts, Sarah Lawrence e Colorado university at Boulder. Fui admitida na NYU e na Sarah Lawrence, e optei pela primeira.
Mas tem outras boas universidades por aqui que eu só descobri agora. Se alguém tiver interesse eu posso me informar melhor e passar os nomes/sites.


4- Vc teve que fazer TOEFL? Foi dificil? Vc indica algum lugar aqui no Brasil pra fazer?

O TOEFL é a menor das suas preocupações. Você paga, marca a data e vai lá (tem vários pontos em Campinas) e faz a prova. É uma mesma prova que é oferecida em diversos lugares. É só dar uma olhada no site deles que é bem explicadinho. A prova é chata, demora 5 horas, mas é possível. Para os cursos de mestrado em geral você precisa tirar pelo menos 80 (em 120). No MFA da NYU e na SL não especificaram quanto eu precisava tirar. Para Colorado University a nota mínima era 68 (eu acho) e Calarts era 100. (Eu tirei 99..)

5- Como está aí? Morando sozinha? Vc acha que vale a pena?

Morando no convento... veja post anteriores.

Faço aula e ensaio das 8hs- 22hs.
É sem súvida a melhor coisa que já fiz na minha vida.
Amo a TSOA. É o melhor curso que já fiz, com as pessoas mais talentosas que já vi. Me sinto honrada todo dia de poder estar aqui.
Por mim esse seria meu futuro. Amo NY, a riqueza cultural e artística desta cidade. A liberdade de expressão. Por mim morava aqui para sempre. Mas irei aonde a vida me levar.

Mas não é fácil. A solidão o skype ajuda a resolver. Mas o nervoso financeiro de viver numa cidade onde se gasta muito, com colegas de curso que têm sobrando e tendo que fugir de sair com outras pessoas porque não tenho condição de gastar U$30 em um jantar é de fato terrível.

E fora isto tem a saudade de falar Português... essa dói muito. No começo só falava português por skype, mas dá uma ânsia gigantesca não ter ninguém de carne e osso com quem se comunicar verdadeiramente.
Agora já estou mais tranquila com o inglês, mas é muito difícil se espressar em inglês totalmente. É horrível porque por mais que você estude inglês, quando você chega aqui tem palavras ridículas que fazem uma falta enorme e te bloqueiam.


6- Por último, podemos ir mantendo contato?

Tenho o maior prazer em responder essas coisas. Foi muito difícil para mim chegar aqui e sinto que tive que desbravar muita coisa sem ajuda de ninguém. Me sinto útil se eu puder ajudar outras pessoas mostrando meu caminho!

Monday, November 8, 2010

Múmias, mitos e samurais.




Ontem andei polo Egito, pela mesopotâmia e pela Grécia.
Lembrei dos mitos, dos heróis e dos monstros.
Senti medo ao ver samurais.
E não pude encarar uma múmia por muito tempo, senti que ela ia se mexer.
Passeei pelo rebuscado da corte francesa.
Me deparei com a moça do brinco de pérola do Veermer, enquanto eu corria do Andy Warhool aos manuscritos chineses.




Me curvei ante a grandiosidade da cultura chinesa.




Quis tirar meu sapato e andar silenciosamente ao passar pelo Japão.
Lembrei da mãe ao ver instrumentos de todas as partes do mundo.




Observei por longo tempo meu amigo Pollock e finalmente fez sentido tanto risco, preto e branco.
Me emocionei sozinha ao me dar conta da grandiosidade e diversidade do mundo.
É sempre bom relembrar, não?
Andei no meu tempo, ficando mais tempos em alguns lugares do que em outros.



Passei quatro horas no Metropolitan.









E aí eu fiquei muito triste.
Muito triste pelo fato que meu país não dá valor nem a sua própria cultura, quanto mais a de outros países.
E não vai dizer que é falta de verba.
É sim falta de cultura.
Falta de amor pela arte.
Falta de amor pelas obras que são nosso patrimônio.

Precisamos de museus.
Precisamos valorizar e compreender outras culturas ( e a nossa também!)

Cadê a iniciativa do poder público? Será que nossos governos só servem para roubar?
E cadê a iniciativa privada?
Eu acredito que uma pessoa com a intenção certa pode fazer a diferença.

Deixa eu ganhar na mega-sena pra vocês verem...
(nunca vou ganhar... porque nunca jogo)

Mas quem sabe um dia.

Saturday, November 6, 2010

Drop da madrugada muito inútil

Percebi que já me acostumei a morar aqui quando:

durmo entre as paradas do metrô
olho o weather channel pelo menos 6 vezes por dia
fico extremamente feliz quando está 8°C porque posso sair só de jeans e dois casacos
penso em inglês
encontro pessoas conhecidas andando pelo central park e no metrô
quando ando extremamente fashion....
ou extremamente brega... e ninguém tem nada com isso
quando me irrito com turistas
quando encontro brasileiros espalhafatosos e finjo que não sei falar Português
(não é por mal... amo o meu país, mas não gosto da postura de algumas pessoas)


Mas ainda não me acostumei a:

virar a chave da porta sempre para o lado errado
(nunca comentei isso aqui: vcs não imaginam como é irritante virar a maçaneta para o lado contrário... E virar a chave para trancar a porta na direção que eu giraria para abrir)

Estava muito mau humorada com o horário de verão do Brasil que me fez ficar duas horas de distância dos meus amados...
Mas agora estou possessa com o horário de inverno daqui.

A partir de amanhã Brasil e NY ficam com 3hs de diferença.

Monday, November 1, 2010

Assustador.


Aqui no oitavo andar,
de frente para o Washington Square Park
com uma vista linda da cidade ensolarada.
e fria,
escrevo a vcs:

Mãe, pai, irmão e irmã.
Noivo.
Minha best.
Meus 10 amigos velhos de guerra
Minhas 4 ou 5 alunas, filhotas.
Minhas 2 ou 3 amigas de facul que ainda falam comigo.
Minhas tias.
Alguns amigos mais distantes entusiastas da minha viagem.

Vem cá?
Descobri este aplicativo do blogger que mostra as estatísticas de visualizações do meu blog.
To passada.

Brasil
2.640
Estados Unidos
703
Ucrânia
53
Canadá
35
Alemanha
23

Só citando os 5 primeiros...
Eu hein...
A internet é assustadora

Saturday, October 30, 2010

Só para o Nicolas:


Parabéns meu amor.
Nesse momento eu pego seu rosto ente minhas mãos e te dou um beijo estalado.
Abraço.
Deito minha cabeça no seu ombro e todos os problemas do mundo se resolvem.
Calor.
Obrigado por passar mais um ano da sua vida ao meu lado, mesmo enquanto estou longe.
Mas estou sempre perto de você...
Feliz aniversário meu gordinho.

Da sua magrelida.

Swan Lake do Matthew Bourne





Há duas semanas fui assistir o Swan Lake do Matthew Bourne. Uma releitura contemporânea do balé, com a mesma música de Tchaikovsky.
Plena quarta-feira a noite. Sai da aula e fui com a Cecilia até o NYCity Center tentar comprar ingresso para este espetáculo criado há quinze anos.
A proposta do Bourne era adaptar a história do Lago dos Cisnes para a realidade atual e montar os cisnes apenas com homens.
Sabem a cena do final do filme do Billy Elliot? Com a calça de penas e o grande salto? É deste espetáculo.
Teatro cheio. Apagam se as luzes. Meu lugar até que era bom (para o mais barato). Abrem-se as cortinas e aparece um cenário mega.
E eu penso cá com meus botões: lá vem. Um espetáculo com movimentos de dança contemporânea, com estrutura de balé clássico e super produção de musical da Broadway...

Bom... é.
Mas foi maravilhoso.
O coreógrafo jogou meus preconceitos no chão.
Sem libreto não sabiamos o que era a história antes dela se delinear na frente dos nossos olhos:

A história se inicia num ambiente de corte atual. Um jovem príncipe acorda em sua cama após ter um pesadelo, ou sonho, onde na janela acima da sua cama aparecia a figura de um cisne.
Criados entram em cena. Ele tem tudo a seus pés.. .Serventes se tornam a escada pela qual o príncipe desce da cama. O estereótipo acaba beirando a crítica e a ironia.
Logo a cena muda e somos apresentados a mais uma personagem - a rainha mãe.
Esta personagem é altiva e diferente de todo o resto.
A partir daí a história se desenvolve e a dança brinca com a cultura pop. Vemos personagens como a típica inteiresseira e os paparazzis. A pantomima e o virtuosismo se entrelaçam.
Ele satiriza tudo o tempo todo.

E eu desesperada pensando no pobre Petipa se revirando na tumba.

E então a história começa a mostrar a decepção na vida deste jovem cercado pelos deveres. Ele não tem ninguém para se apoiar. Suplica por um abraço da mãe e esta reluta e o afasta. (Tudo isto através da dança..)
Ele tem que se comportar de determinadas maneiras, mas no fundo só o que ele quer é ser livre. Sair das convenções.
A moça fútil por quem ele se encanta é um tanto quanto interesseira e aceita dinheiro para parar de vê-lo.
Num ato de desepero ele tenta se matar. E neste momento os cisnes aparecem.
Quem iria imaginar que homens poderiam se tornar tão etéreos e viris ao mesmo tempo.



Dizem que o pas de deux entre o príncipe e o cisne fez muitos homens se levantarem e sairem da apresentação quando este espetáculo foi apresentado pela primeira vez.
Para mim foi o início de uma metáfora. Que a princípio não entendi bem, mas que no final da apresentação estava muito clara aos meus olhos.
Os cisnes dançam a idéia do ataque, do formação em V de um bando de pássaros. Mas também representam a sensibilidade e a graciosidade deste belo animal.

E então segue a história. O príncipe desiste de se matar. Renova suas energias e volta para sua casa.

Num ambiente de festa ele é menosprezado pela mãe. E se sente ridicularizado pelos presentes. Num ato de loucura, com uma arma na mão ameaça a mãe e os convidados.
Um mordomo (o personagem mais macabro da história) atira na moça que ele estava apaixonado.
Mas o príncipe que se torna o vilão.

Muda a cena. (Para um dos momentos mais brilhantes - Porque até antes da morte da mocinha, tudo era bem previsível mas a partir dali não é mais).

Um fundo branco próximo a beirada do palco com uma porta e uma janela bem no alto cria um ambiente de hospício.
O príncipe é jogado por esta porta. E então a iluminação me deixou boquiaberta:
A sombra negra projetada neste fundo branco cria imagens que aqui eu não posso descrever.
É mais uma metáfora sobre o tamanho do ser humano. Como quando nos sentimos pequenos e insignificantes. Ou sozinhos.
Quando o príncipe entra neste local a sombra enorme representa sua solidão. E conforme ele anda em direção à janela distante ele vai ficando pequeno.
Nisto entra o médico e milhares de enfermeiras sem rosto. A rainha mãe com a sombra projetada maior do que todos os outros oprime este garoto.
Com movimentos pequenos, mas visíveis graças a iluminação fantástica desta cena, nos sentimos agredidos e perdidos como o príncipe.
Ele é então dopado.

De volta a sua cama ele acorda ainda sob o efeito das medicações.

E aí Tchaikovsky está chegando ao seu ápice musical.
Cisnes brotam da cama do príncipe.
Percebemos que tudo isto está acontecendo na mente do garoto.
Este grupo insandecido de cisnes ataca o garoto, e o cisne principal aparece e tenta o proteger a todo custo. Se sacrificando pelo garoto.

Os cisnes desaparecem da mesma forma como eles apareceram. E lá se encontra o príncipe deitado morto na sua cama. Vencido pela sua mente. O cisne que o protegia era aquele espírito que lutava pela liberdade do garoto.
A rainha entra no quarto e corre para abraçar seu filho. mas ele não pode mais sentir.
Na janela acima da cama onde a rainha sacode o corpo morto do filho, aparece a imagem borrada do cisne. Mas agora ele carrega o príncipe finalmente livre.

Eu seguro minhas lágrimas. Talvez a história seja muito apelativa. Não sei.
O que começou simples terminou complexo. E fui levada durante a história.
Vejo que a Cecília também está chorando.
Sai do teatro às 11 hs e fui a pé para minha casa murmurando o tema musical e com lágrimas ocasionais caindo dos meus olhos.



Superwoman



Hoje pulei da cama às 7:20, olhei no celular...
Puts!!! Perdi Pilates, e corro o risco de perder minha aula de balé...
....
Ahhh hoje é sábado.
E eu cancelei meu ensaio.
Dá pra dormir até as 8...
....
Estou lutando com todas as energias para me manter saudável, não ficar doente.
Não me machucar.
Mas não falto em nenhuma aula.
Dou tudo que posso.
Chamo isso de síndrome da superwoman.
Tenho várias colegas de turma falling apart pela mesma síndrome.
O único sintoma que tenho apresentado é crises de choro ocasionais e o olho esquerdo sangrento.
Mas fora isso estou fortona.
.....
Quando eu voltar para o Brasil eu vou dormir por duas semanas.

Thursday, October 28, 2010

Sobre música clássica

Pode parecer que minha maior paixão artística é a dança. Mas é mentira.
Na realidade é a música que iniciou minha paixão pela dança.
Faz sentido?

Minha mãe grávida de mim tocava piano todo dia enquanto eu crescia. Resolvi nascer quando ela estava cantando num coral de Natal. Teimosa como ela é... cantou até o fim da apresentação sentindo dores homéricas. E só depois foi para o hospital.

Pequenininha, fui criada em contato com música clássica. Uma super exposição para quem sabe eu virar pianista?

Mas não. Eu era ( e sou) tão apaixonada pela música que quando escuto algo que me emociona, instantaneamente minha mente começa a voar, criar histórias. Dá um aperto no coração. Minha pulsação interna entra em sintonia com a música.

As vezes me imagino dançando aquilo que estou escutando. Outras vezes vejo grupos enormes rodando pelo ar.

Agora que estou tendo que mergulhar mais profundamente no mundo da música tenho escutado bastante Bach e feito análises musicais. Na semana passada eu estava quebrando a cabeça para entender a estrutura de uma partitura. Depois de ouvir a música mais de 30 vezes não conseguia acompanhar um trecho da partitura. Num grito de desespero, pensei com força: Bach pelo amor de Deus me ajuda a ouvir e entender isto aqui!

Respirei fundo e dei cinco minutos... Ouvi a música mais uma vez - Fuga 1 em Dó Maior - acompanhando a partitura. E então consegui ler todas as notas, em todas as 4 vozes simultâneas. E ouvi todas as melodias principais e intermediárias.
Amém.

....

Ok. Detalhe sórdido sobre mim: eu converso com compositores clássicos. Ninguém nunca me respondeu. (Ainda bem...) mas de vez em quando bate uma inspiração.

....

Bom. Essa foi a primeira vez que pensei em Bach. Geralmente converso com Tchaikovsky - o compositor romântico das bailarinas. Ele que realmente me levou a querer dançar. Assisti o quebra-nozes ainda pequena e a combinação música + mundo fantástico se tornou uma obsessão.

.....

Ou então tem o outro amado. O impressionista. (Que nunca gostou de ser chamado de impressionista).
Ai Debussy? Porque você foi tão maluco?
Como você consegue me entender tão bem?
Sinto que a trilha sonora dos meus dias tristes são compostas por você.


Sunday, October 24, 2010

Central Park - Post longo e cheio de fotos...

Sim mãe.
Devia ter nascido impressionista.
Andei mais uma vez no Central Park e me apaixono pelas árvores e pelos milhões de tonalidades de verde no amarelado das folhas.
O Outono chegou e já está frio.


Se eu pudesse levar vocês ao Central Park junto comigo seriam estes os detalhes que eu gostaria que vocês vissem.

Para mim esse é o lugar mais bonito de lá. (Ainda não andei em tudo, sempre acabo zanzando apenas pelas regiões sul e oeste)
Mas adoro os detalhes de arquitetura.
Os ladrilhos e os desenhos formados pelo concreto e pelo vazio.
As sombras que se formam.
Os relevos.
As luzes que atravessam os tantos tuneis espalhados pelo parque e causam imagens tão belas que minha máquina não consegue captar.


Toda vez que vou andar no Central Park encontro noivas. Desta vez não foi diferente, encontrei duas: Uma de vestido espalhafatoso, andando com seu exército de fotógrafos, um moço que talvez fosse o marido (mas não parecia ser de muita relevância) e duas madrinhas com a única função de carregar a cauda do vestido. E outra noiva com seu marido, seu vestido romântico e delicado, um fotógrafo discreto.



E os artistas de rua, então?
Tem sempre música.
As vezes eu corro por lá e passo por um túnel onde uma cantora solitária canta La vie en Rose na acústica ampliada do túnel. Estou em NY ou em Paris?
Tem sempre um show.
Adoro quando tem alguém tocando contrabaixo no metrô.
Ou então Mariachis.
Ou New York New York.
(E tem sempre alguém passando o chapéu!)
Mas esse pai e filho tentando ganhar um dinheirinho fazendo bolhas de sabão gigantes foi lindo.


Não.
Não passo minha semana só turistando.
Passo minha semana só correndo, estudando e trabalhando.
Dança dança e dança.
Minha última semana foi o cão.
Foi a mais difícil de todas.
A saudade bateu como nunca.
Doeu.
Mas eu amo essa cidade e amo viver aqui.
Mesmo estando sozinha.



Acho que nunca vou cansar de passear lá.
Estava batendo a cabeça na parede do meu quarto cubículo, sozinha.
Sábado ao anoitecer. Ninguém no skype.
Todos meus amigos e familiares na festa de 1 ano da minha afilhadinha do coração.
Onde não pude ir.
Tantos trabalhos por fazer. Leituras, diários de espetáculos, de aulas.
Assignment impossível do meu professor ditador de música.
E nada saia.
Deu cinco minutos e fui andar sozinha no Central Park e tirar estas fotos aqui.



Sabiam que a maioria dos bancos tem uma plaquinha como essa aí em cima?
É lindo ficar apenas lendo e pensando nestas pessoas. Nestas homenagens despercebidas, mas sempre presentes.
Sentei na mureta da beira do lago onde tem a boat house e fiquei tirando fotos.
Fiz algumas tentativas fracassadas de tirar fotos de mim mesma.
Uma senhorinha chinesa (sempre as chinesas não é mesmo?) apareceu do nada, olhou para mim com carinho e meio sem jeito e perguntou se eu não queria que ela tirasse uma foto minha...

Então segue uma foto comigo dentro:



Nas próximas três semanas estarei endoidecida com as minhas apresentações.
Tenho a estréia da minha coreografia em duas semanas.
E danço na coreografia de uma amiga em três.
Então talvez eu não consiga escrever muito.
Mas já viram que eu estou inteira.

luv

k

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