Sunday, February 27, 2011

Paul Taylor Dance Company


Neste domingo tive a oportunidade de ir assistir o Paul Taylor Dance Company no New York City Center.
Quanto mais assisto as grandes companhias que são fruto da Dança Moderna americana, mais eu formo a minha opinião quanto à estrutura da Dança neste país.
Não tem jeito. Americano parte mesmo é da forma. Sem julgamento de valores, porque a transição entre formas é movimento, e isto é dança.
Mas enquanto a dança moderna da Alemanha valorizava a criação partindo do interior, a dança americana é completamente ligada ao conteúdo externo.
A Minha pergunta é: como encontrar um equilíbrio perfeito em uma dança que é genuína expressão artística e impressão estética?


Em relação ao espetáculo desta companhia eu esperava bem mais. Foram três obras deste coreógrafo, sendo duas antigas (da década de 70) e uma premiere.
Os trabalhos mais antigos foram interessantes, apesar de serem de certa forma um vocabulário de dança moderna (onde o corpo começa a desconstruir o balé clássico) numa estrutura bem quadrada.
O coreógrafo buscou pesquisar formas, iluminação e estrutura. Na foto acima (da primeira obra que assisti) simplesmente não houve interação com esta estrutura interessantíssima, eles só dançavam em volta de forma bem quadrada. Mas em compensação o Paul Taylor fez algo que eu sempre quis fazer: a coreografia foi feita com exatamente duas partes iguais, mas com dois elencos diferentes repetindo os movimentos, um após o outro, com duas músicas diversas. Algo bem bacana em termos de relação dança e música.
A outra remontagem dele foi um mix de baile antigo com experimentação estética dos anos 80. Muito estranho. Mulheres de vestido longo e chapéus de espelhos futuristas que refletiam a iluminação. Homens de ternos que dançavam elegantemente e de repente pareciam animais.
E a coreografia mais recente dele foi uma miscelânea meio duvidosa. Alguns pontos interessantes e bailarinos lindíssimos capazes de qualquer coisa, mas coreograficamente foi bem bobinho. Forçando a barra para ser escrachado. Ele quis fazer parodias de diversas coisas. Um bêbado, um bando de isadoras (duncan), plebeus de um feudo, Adão e Eva e uma sapateadora de dança irlandesa. Era propositadamente bobo e superficial, ou eu não entendi nada mesmo.
Enfim, é sempre bom ver estes espetáculos, formar uma opinião, e conhecer os coreógrafos que começaram a mudar as coisas.

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